domingo, 29 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
NÃO SOU A FAVOR DA GREVE
Esta semana, o nosso estado amanheceu cercado de greve por todos os lados. Já está, inclusive, sendo apelidado no Twitter de “Rio Greve do Norte.”´
Vejam o destaque que http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI5145502-EI12884,00.html dá para o assunto:
“No Twitter, Vítor Barros resumiu a situação. "A população também está em greve, sem trabalhar, sem poder aprender, sem poder ficar doente, sem poder ser assaltados. #riogrevedonorte". Carine Figueiredo conta que a greve já atingiu outras instituições. "Greve geral da Emater, Detran, Polícia Civil, Professores, SET, UERN, Fundação José Augusto, Emparn, Idiarn, ônibus e IDEMA".
Embora o título seja, propositalmente, provocativo, esclareço que já fui por diversas vezes militante e apoiadora de greves, chegando inclusive a participar de ocupações dentro de prédios públicos na minha cidade juntamente como os demais companheiros e companheiras do Sindacato dos Trabalhadores em Educação. Se pudesse voltar o tempo, com certeza faria tudo exatamente do mesmo jeito como o fiz naquela época. Greve ali não era sinônimo de ficar parado não era luta mesmo.
Hoje eu tenho uma opinião especifica a respeito deste instrumento de luta ( a greve) relacionando-o com o atual contexto político e social, de que o mesmo já deveria ter sido substituído por outro com a mesma eficiência. Certamente essa minha posição confronta com a da maioria e é tomada muitas vezes por ingênua.
Tenho, afirmo, muita clareza de que a Greve é um grande instrumento de luta que foi propriamente criado para reivindicar os direitos e a dignidades dos trabalhadores. Nesse sentido, considero proeminente rever um pouco de história para compreendermos de fato o significado legítimo de tal instrumento. No site http://www.lainsignia.org/2008/marzo/soc_005.htm. Luciano Oliveira, professor da UFPE, apresenta no texto “Uma brevíssima historia da greve”, riquíssimas informações, que certamente é bastante providencial para a nossa reflexão.
“A palavra greve ... No início ela significava simplesmente um tipo de arbusto existente nas margens do rio Sena, em Paris. Em francês, grève. Num terreno contíguo a uma dessas margens, formou-se uma praça, que veio a ser designada como Place de Grève. A praça tornou-se um local onde se juntavam trabalhadores sem emprego em busca de alguma ocupação. Quando os parisienses precisavam de algum trabalhador, iam lá atrás dessa mão-de-obra. Daí surgiram expressões como "ir a greve" (aller en grève), "estar em greve" (être en grève) e outros correlatos, para designar o trabalhador que, sem trabalho, lá ficava de braços cruzados sem ter o que fazer.
Isto, relata o autor, ocorreu ainda na época medieval. A greve mesmo, no sentido que conhecemos hoje está relacionada ao período da revolução industrial, ao surgimento da classe operária. Por volta do século XIX. Ainda utilizando os seus esclarecimentos conduzimos a nossa reflexão para o contexto histórico do berço desse de luta.
“Já era o século XIX e o movimento operário tinha surgido. Eram tempos duros, aqueles. Completamente desregulado, o capitalismo submetia os trabalhadores a uma exploração tão brutal que o revolucionário Engels, no livro A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, observou (bem antes de Gilberto Freyre, autor de idêntica observação...) que as condições de vida dos escravos nas Américas eram mais amenas do que aquelas dos assalariados europeus na época da revolução industrial. Nessas condições, vez por outra os trabalhadores cruzavam os braços e se recusavam a trabalhar, exigindo melhorias na sua condição. Recuperando o antigo termo, começou-se a dizer que eles estavam en grève... E foi assim que surgiu a greve.”
Nem é preciso ilustrar, creio eu, as consequências assumidas por estes trabalhadores pela “ousadia” de enfrentar os patrões e os poderosos governantes que, não resta dúvida, estavam do lado oposto aos pobres trabalhadores. Sabemos que esses heróis arriscavam não somente a perda dos seus empregos, mas a própria vida para não se submeterem a uma condição desonrosa de exploração e desvalorização humana.
E agora, no século XXI, era da tecnologia digital, o que muda no cenário de lutas dos trabalhadores? Muitos direitos foram conquistados, graças aqueles primeiros que arriscaram as suas vidas por isto. A nossa lutar é hoje para garantir que esses direitos sejam cumpridos pois as leis sem a intenção política de efetua-la é inexistente. Mas, o instrumento de luta continua o mesmo, a GREVE.
O que eu questiono não são os direitos ou a necessidade dos trabalhadores para reivindicar que a justiça seja cumprida. A minha proposta é uma reavaliação dos recursos utilizados para isto.
Pensando nas greves da classe proletária, podemos avaliar que os maiores atingidos pela paralização dos operários eram os patrões, os donos de fabricas e ainda são até hoje, nos movimentos dessa categoria de trabalhadores.
E nos casos dos funcionários públicos, como médicos; professores; garis; policia; Detran... e também os empregados que atendem o setor público como o caso do motorista de ônibus, quem podemos classificar como os mais atingidos pela greve decretada por tais categorias? Os patrões? Em qual sentido?
Certamente, eu creio que a conjuntura atual é bem mais relacionada a política, felizmente. Assim, o principal foco das greves deixa de ser o de atingir o domínio da situação econômica e lucrativa dos patrões e passa a ser o de expor para toda a população os desmandes e descompromissos dos mesmos.
Resumindo, o que os atuais patrões temem hoje, não a perda dos seus lucros, isso talvez sim, mas esta perda agora está associada ao estrago na sua imagem e credibilidade perante o povo.
Desta forma, compreendo que a própria tecnologia da internet já demonstrou o seu poder como instrumento democrático de reivindicação e de conquistas sociais. Haja vista os diversos exemplos de mobilizações dentro da rede que acabam tornando-se documentos, colhidas as assinaturas e encaminhados para os órgãos competentes.
Durante muito tempo convivemos sob o domínio total da mídia televisiva e sabemos muito bem quem são os donos e detentores das mesmas. Hoje, elas próprias estão se rendendo ao poder que a população demonstra através da internet. Um dos exemplos mais recente disso é o caso da professora Amanda Gurgel. Não foi o fato de estar numa greve que a levou ao Faustão, foi a repercussão que as pessoas promoveram à sua fala utilizando-se dos recursos das redes sociais da internet que fez o Brasil inteiro refletir sobre os problemas enfrentados pela educação. Poderia citar vários outros casos, inclusive de alcance internacional como os boicotes contra o Irã e lutas por anistia de presos políticos e injustiças cometidas afrontando os direitos humanos.
Porque, pergunto finalmente, a gente não tentar parar de atingir a pobre e sofrida população para afetar os governos e patrões e, ao invés disso, conquistamos a mesma como aliadas para desmascarar a realidade? Será possível conseguirmos isso? Será que o efeito da greve tem realmente um novo instrumento? Talvez, mas só saberemos se estivermos disposto á tentar.
É preciso deixar claro que acreditar que somente a internet resolve o problema pode ser ingênuo realmente, mas através dela e de outros recursos da mídia as mobilizações como passeatas e paralizações dos trabalhadores podem ser mais eficientes e não ser necessário se arrastar mais por desgastantes períodos de greves que tem demonstrado muito mais efeitos colaterais do que resultados satisfatórios.
Talvez os mais opositores a minha tese seja realmente os que ainda não tiveram a oportunidade de ser beneficiado com os recursos que a tecnologia moderna nos oferece. E, infelizmente, devemos declarar, ainda é uma grande parcela da população, principalmente dos trabalhadores. Mas isso está tomando um novo cenário, considerando que os jovens que estão hoje fazendo as suas provocações e denuncias no Twitter e em outras redes, são os futuros trabalhadores no planeta.
domingo, 22 de maio de 2011
KARMA, DEPENDÊNCIA OU AQUILO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO?
Tá legal. Você deve estar pensando – O que faz uma mocinha como você em uma oficina suja como esta? – Eu poderia simplesmente responder – Não é da sua conta! – Mas, vou explicar.
Estou aqui por causa do carro da mamãe. Você sabe... desde que ela e o papai se separaram as coisas mudaram muito pra gente. Principalmente no lado financeiro. Papai vendeu a loja e com a parte dela nos mudamos para essa cidade – Para tentar uma vida nova. – palavras dela. O fato de eu haver completado dezoito anos também ocasionou grandes mudanças, sou de fato responsável por muitas coisas em casa agora, uma delas é o carro.
Mas, se há uma coisa que eu aprendi com a minha mãe foi gostar de homem cafajeste. Digo isso porque todo mundo sabe a respeito dos motivos que a fez deixar o meu pai. Eu prometi para ela e para mim mesma jamais cometer os mesmos erros. O problema é que parece haver um imã para me atrair para esse tipo de gente. Não sei se é genético, karma ou essas coisas de traumas psicológicos, sei lá. Só sei que estou entrando em outra fria, mais uma vez.
Na verdade, a razão de estar aqui na oficina é outra, o carro quebrado foi apenas um pretexto. Vim por causa do Everson, aquele rapaz que ajuda o Alemão na oficina. – O que ele tem demais? – Ora, você me pergunta isso porque não entende o que é sentir-se atraída por alguém. Não tem explicações razoáveis pra isso. Muitas vezes o menino é lindo, educado, parece um príncipe e você se interessa justamente pelo “cocheiro” do príncipe.
Os psicólogos de plantão já devem ter diagnosticado – O Problema dela é na autoestima! – Mas não é isso, tenho certeza. Talvez o meu exemplo de príncipe e cocheiro tenha sido infeliz. O fato é que mulheres como nós, escolhemos os homens pela “pegada”. O que nos atrai nesses cafajestes é justamente esse ar de – Se me quiser, tem que ser assim...
A primeira vez que vi o Everson foi na festa de Aleluia, lá no clube Itapetinga. Sabe como é cidade de interior, todo mundo se conhece e fica sempre cada um com a sua turminha. A minha turma, posso dizer assim, é das patricinhas e mauricinhos. Alguns são filhos de fazendeiros e outros dos comerciantes da cidade. A maioria estuda na capital como eu. Então, o interior acaba sendo o lugar da “zoeira” mesmo. Todo mundo bebe além da conta e fica com quem bem quer.
Nessa noite, eu não tinha ficado com ninguém e já estava quase o dia amanhecendo quando o Everson passou por perto de mim, com a camisa aberta, suada, uma tatuagem aparecendo no peito. Eu sabia, pelo seu jeito e pelo tipo de roupa que não era ninguém do “nosso nível”, mas também poucos meninos na nossa turma tem esse jeito de – “Não tô nem aí...!”. – São uns filhinhos de papai que fingem ser rebeldes.
Estava indo em direção da cantina e eu o segui. Encostei-me nele e pedi uma cerveja no balcão. Como ele havia feito o pedido primeiro a sua cerveja foi entrega antes da minha, então, fingindo-me de desentendida, segurei junto com as suas mãos a garrafa. Foi nesse instante que o Everson me enxergou pela primeira vez e... Foi fisgado!
Quando penso que o Everson é um cafajeste, não posso deixar de concluir que talvez eu seja mais do ele. - Aposto como você pensou isso também. - Afinal, quem lançou a armadilha fui eu. Mas, é sempre assim! Eu soube depois, que ele era um tremendo encrenqueiro, já havia se metido em várias brigas pela cidade e preso por causa disso. Esse alerta só fez aumentar ainda mais o meu interesse por ele.
Everson já me pediu mil vezes para não procura-lo na oficina pois o Alemão será o seu sogro – Daqui há dois meses. – E eu lá tenho culpa dessa cidade só ter uma oficina? - Eu bem que insisti com ele no início para a gente nunca mais nos encontrarmos. Na verdade eu só queria mesmo naquela noite da festa. Mas parece até uma droga depois que a gente experimenta, tornamo-nos dependentes um do outro.
- Pensa que é fácil é? - Estamos mesmo lutando para nos livrar dessa dependência e o nosso ultimato será a data do seu casamento. Até lá... talvez morramos de Overdose.
(imagem http://www.melhoramiga.com.br/wp-content/uploads/2009/10/sexo-homem.jpg)
sexta-feira, 20 de maio de 2011
LEVAR O CARRO PARA A OFICINA PODE SER UMA ARMADILHA
http://jusandres.files.wordpress.com/2010/08/algumas-ferramentas-5111.jpg |
Gostaria de estar aqui cantando afinadamente como o Rei,
– “Mandei meu Cadillac pro mecânico outro dia...”
Mas a verdade é que não consigo. Não por ser desafinada, isso até que não sou, mas, mandar o carro para o mecânico é para mim uma experiência que me motiva mais a chorar do que a cantar.
Nesta terça-feira passada a minha filha saiu com o meu carro para a faculdade a noite e me ligou ainda do caminho para avisar que o mesmo havia “morrido”.
Felizmente, com ajuda do seu pai, santo ex-marido (que Deus o conserve assim, bem longe de mim), conseguiu sair do prego, ir para a aula e voltar para casa.
No dia seguinte inicia-se o velório, ou melhor, o calvário para consertar o carro.
Esse negócio de escolher oficina é semelhante à escolha de médico, há sempre quem indique “um bom” e no final você acaba experimentando vários e concluindo que o que é bom para os outros nem sempre é para você.
No alto da minha experiência, uma coisa eu já posso aconselhar – Evite ir a mecânico indicado por amizade. Você sempre corre o risco de sentir-se constrangido de duvidar da honestidade da V. Exª.
Dizem que se a cliente for mulher é bem pior, está fadada a ser enrolada. Os motivos para isso vão desde o fato dela entender pouco de mecânica, a maioria não entende nada mesmo, e também por ser, geralmente, ingênua e confiar prontamente nos diagnósticos do “profissional”.
Em relação a essa ultima hipótese, ser ingênua, eu faria um conserto nela, aliás, eu diria, aproveitando o trocadilho, que já nos consertamos bastante para evitá-la. Trata-se na verdade, de um constrangimento em transparecer que duvidamos da outra pessoa.
Então, o mais indicado é isso – Recorrer a um mecânico com uma postura totalmente profissional, capaz de compreender o seu direito de ser totalmente esclarecida a respeito do serviço e das peças que serão substituídas ou reparadas; o seu direito de pesquisar preços menores em outras oficinas e lojas de peças e o direito de ter as peças retiradas do seu veículo devolvidas a sua pessoa para fazer delas o que bem entender.
Essa lição, estou ainda aprendendo. Facilitaria se a maioria dos profissionais fosse honesta.
Nesse episódio atual, estou me sentindo encurralada por um mecânico apresentado a mim como uma pessoa de total confiança que passou um orçamento por telefone que já ocorreu dos R$ 700,00, previstos inicialmente, para os R$ 1.490,00 como orçamento final. Isso para, segundo ele, - “Deixar o meu carro não do jeito ideal” – já que eu aleguei não ter condições para gastar muito – “Mas, apenas, para fazer o conserto básico”.
Dizem que Santo Elói é o protetor dos mecânicos. Eu pergunto - E qual será o santo que nos protege deles, hein?
domingo, 15 de maio de 2011
COMER CARNE OU SER VEGETARIANA?
Eis a questão!
Moro de frente para um terreno da aeronáutica, uma verdadeira mata, e, de vez em quando recebo visitas inesperadas de alguns de seus moradores, cobras, aranhas, sapos e outros.
Geralmente, tais visitas deixam a casa em polvorosa. É um tal de gente em cima de cadeira, com vassoura na mão e gritos alarmantes... Nenhum incidente que impediu boas risadas depois, felizmente.
O que muitos amigos estranham é o fato de existir na minha casa uma política de não matar nenhum animal. Aliás, a concessão há para mosquitos, baratas, formigas e outras pragas dessa espécie. Os demais são convidados a voltar para o seu habitat, acompanhados com a vassoura, geralmente, até o outro lado da rua.
Essa postura não foi imposta, ela se aditou naturalmente à medida que refletimos não haver por parte de tais visitantes nenhuma intenção de fazer o mal. Trata-se apenas de descuidos, na maioria das vezes em período de chuvas, que acaba atraindo-os para o quentinho de dentro de casa. Estou providenciando uma proteção para a grade do portão para inibir essas visitas.
O caso é que ninguém se acha no direito de matar um animal desses, indefeso, se no momento não está nos oferendo perigo. Matá-los, seria o ultimo e lamentável recurso nesse caso, ninguém tem a coragem de olha-los nos olhos, assustados, e fazê-lo.
Então, eu pergunto-me – Por que diacho, eu, com essa postura, alimento-me, sem peso algum na consciência, de carnes de animais, sabendo que eles foram mortos de maneiras cruéis e sem possibilidade de defesa?
Já tentei me convencer da soberania da raça humana e da função dos outros seres dos reinos animal, vegetal e mineral em atender as nossas necessidades de sobrevivência e até, muitas vezes, de comodidade e vaidade.
Porém, algo me diz que, a evolução humana deveria acompanhar uma evolução na mudança de certos hábitos. Como já houve com relação as vestes, hoje poucas pessoas ainda se atrevem a utilizar peles de animais, por exemplo. Muitas outras descobertas já foram feitas para substituir a matéria prima da natureza em necessidades nossas.
E na alimentação? Em que evoluímos? Continuamos comendo animais, desde o tempo das cavernas. Com uma diferença, depois que descobrimos o fogo; o fogão; as cozinhas industriais; os fornos de micro-ondas; certos condimentos e técnicas culinárias, as receitas tornaram-se cada vez mais saborosas e práticas.
Impor-me a deixar de comer um delicioso churrasco, ou outros quitutes de carnes de animais, que só em lembrar me deixa com água na boca é almejar uma evolução muito alta. Não estou preparada para isso, ainda. Embora tenha pensado bastante, ultimamente.
Gente, a música que mais traduz a minha sensação às vezes é aquela de Erasmos Carlos que diz – “Que culpa tenho eu, me diga amigo meu, será que tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?” (risos).
Mas, falando sério. Não é de se pensar em uma coisa dessas? Eu aqui, preservando a vida de cobras, aranhas, sapos etc. e comendo, tranquilamente, galinhas, vacas, carneiros e outros bichos? Sinto uma incoerência enorme.
Eu poderia alegar em minha defesa a necessidade de sobrevivência. A minha tese, certamente, seria contestada quando se apresentassem várias receitas culinárias vegetarianas que substituíssem as carências proteicas das carnes e até, como já ouvi falar, bem mais saudáveis.
Só me resta então, alegar a minha ignorância e fraqueza. Não me vejo com tempo suficiente para preparar comidas vegetarianas e não me sinto com autoridade ainda para conversa a minha família para deixar de comer carnes já que ainda adoro, por exemplo, um filé ao molho madeira ou um patê de frango.
Não sei como ficaria a questão da quantidade de animais no planeta, se todos virassem vegetarianos. Mas, talvez, parando de produzir em escala, a própria natureza se encarregasse do equilíbrio na sua cadeia alimentar, sem o homem no topo (pelo menos, não devorando animais).
Falando dessa forma parece mesmo uma utopia. Afinal, o nosso planetinha está a quilômetros luz da plena evolução. Tem muita gente ainda precisando aprender a valorizar a vida humana, que dirá valorizar a vida dos animais e dos outros seres. Muito embora, a própria natureza tenha dado umas liçõezinhas, como temos assistido por aí.
Eu, por enquanto, fico por aqui, com os meus conflitos. Já, já vou fazer uma macarronada de sardinha (tadinhos dos peixinhos).
O meu esforço precisa ser concentrado, urgentemente, é em providenciar a proteção do portão da minha casa para os bichinhos não entrarem.
O resto eu vou mudando devagarinho. Sei que nesses casos, não importa muito a postura dos outros, é a atitude individual que conta e quando ela se soma a “várias individuais” temos aí uma mudança consistente no planeta.
terça-feira, 10 de maio de 2011
EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS
E se por acaso eu chegasse a você e lhes confessasse que dentro da minha cabeça tem uma voz que fala comigo?
Sendo você um prático diria que é o meu pensamento.
Sendo um médico diria ser sintomas de esquizofrenia.
Sendo uma criança diria que, com certeza, é o grilo falante.
Se acaso fosse você um evangélico diria, com convicção, tratar-se de Deus se dirigindo a mim.
Um católico carismático confirmaria ser o espírito santo.
Um amigo espírita confortar-me-ia revelando ser as orientações do meu mentor espiritual.
A minha avó diria, devotamente, que era o meu anjo da guarda.
A minha mãe, preocupada, não saberia o que dizer.
E as minhas filhas diriam que eu estou ficando doida.
Pois, seja qual for o julgamento, confesso: - Às vezes ouço uma voz que me fala dentro dos meus pensamentos. - Talvez isso nem lhe cause espanto, afinal, são muitas as pessoas que apresentam algumas experiências espirituais semelhantes. A diferença, talvez, esteja no fato de que eu não busco nomear a origem da voz, para mim, todos acima estão certos (Com exceção do médico e das minhas filhas, estas, têm lá seus motivos para pensar isso de mim às vezes).
Se isso lhe despertou algum interesse, vou contar-lhes algo que a voz do meu pensamento me revelou. Antes, quero esclarecer o modo como a diferencio do meu pensamento próprio. Ela em muitos momentos é imediata em contrariá-lo, com argumentos que fogem a lógica imaginada por mim ou, em alguns casos, revela-me lições que me deixa perplexa. Houve também situações em que a voz me guiou para situações de socorro às pessoas desconhecidas, nas ruas (Isso depois eu conto detalhadamente, em outra história).
Antes de revelar o que a voz me disse, considero necessário esclarecer a circunstância como tudo ocorreu. Após uma discussão com uma das filhas, por um motivo daqueles bestas, que não sei por que tiram a gente do sério. Coisas do tipo: reclamações de adolescente por causa do seu horário reduzido no computador; dos privilégios que a irmã tem e ela não; de que ninguém a compreende... Essas coisas.
Mesmo, assim, fiquei perturbada. Acho que toda mãe tem uma veia de atriz, pelo menos no meu caso, eu reconheço uma forte tendência para ser dramática. Já vou logo imaginando – Onde eu errei? Por que essa menina é assim?
Nessa hora, a voz me faz voltar em um instante relâmpago para toda a evolução que percorri para chegar até o papel de mãe. Cobra de mim uma paciência para o aprendizado que enfrenta a minha filha - tal qual eu enfrentei o meu - e leva-me a uma reflexão que antes eu não havia suposto. Ouvi a seguinte lição:
- Está vendo essa situação que lhe aflige neste momento? Imagine que poderia ser algo mais grave. Imagine ainda que em sua casa estivesse tudo bem, que as duas outras filhas não lhes dessem nenhum motivo para preocupação e que apenas uma delas estivesse em situação ruim que a deixasse preocupada. Certamente, seria impossível haver paz para você. Isso acontece – explicou-me- porque vocês pertencem a um núcleo comum. A sua felicidade é completa, apenas, se todas elas forem felizes. O mal que venha a acontecer a qualquer uma lhe atingirá, fatalmente. – Conduziu-me a uma conclusão – Assim é a vida no planeta. Mesmo que a ligação entre os seres não seja tão evidente quanto a ligação entre mãe e filhas, é preciso compreender que de nada adianta grandiosas conquistas individuais enquanto outros semelhantes agonizam no infortúnio. De um modo ou de outro, vocês estão ligados e, certamente, a sua evolução será atingida pela carência de evolução do seu irmão.
Fiquei pensando nisso. Não sei se faz sentido para você. Também não sei se consegui transmitir direito. Assim, escrevendo, ou contando para alguém, parece tão simplório, em nada se assemelha a sensação de ouvir a mensagem dentro do seu pensamento.
Não se trata de afirmar que eu fosse incapaz de ter eu mesma essa ideia, ela, depois de formada, me pareceu até bem obvia. Eu até ganharia mais crédito divulgando sê-la. Mas, a forma como se formou na minha cabeça é que considero especial, meu pensamento parecia não ser meu naquele momento. Tomara que você me compreenda.
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