segunda-feira, 30 de abril de 2012

INTELIGÊNCIA TEM A VER COM OPORTUNIDADE


Eu estava assistindo agora a pouco na tv uma matéria sobre aquele sistema da Google que permite a gente consultar os mapas das ruas, das cidades e até visualizar em três dimensões áreas interna de determinados locais.

Confesso, fiquei encantada com a criatividade humana para desenvolver esse tipo de tecnologia e mais encantada ainda com as explicações dadas pelo rapaz que estava sendo entrevistado na matéria.

 Pelo seu discurso, percebia-se o seu total domínio sobre o assunto pela firmeza e espontaneidade com que instruía ao repórter sobre o funcionamento da técnica desde a captação das imagens, "através de um aparelho com nove câmeras" acopladas no teto de um carro, de um triciclo ou de tipo de tripé com rodinhas (específicos para cada ambiente), até a sua disponibilização na internet, quando "um sistema automaticamente trata as imagens desfocando os rostos das pessoas e as placas dos carros para evitar qualquer identificação pessoa".

O meu encantamento pela performance desse rapaz, tão jovem, ampliou-se pelo fato de, quando questionado pelo seu sotaque, ele explicar que era de São Francisco, EUA e está no Brasil há três anos. Três anos...? Admirei-me agora não apenas pelo domínio que demonstrava de toda a tecnologia, mas, também do domínio que apresentava da nossa língua. Perfeito. Fiquei apaixonada. (risos)

Quando terminou a matéria, eu me lembrei de um detalhe: o rapaz era negro. Por que eu me lembrei disso? Porque há pouco foi aprovado no Congresso o tão polêmico Sistema de Cotas e eu estava assistindo aqui a um rapaz super inteligente, negro, que certamente não precisou de cotas para estar ali. Apenas, acredito, deve ter precisado de oportunidade; de boas escolas que o auxiliaram a potencializar os seus conhecimentos e, em patamar de igualdade com qualquer outro jovem, de qualquer cor que fosse, alcançou o lugar privilegiado em que se encontra.

Para alguns negros, o meu discurso contra as cotas é fácil para mim fazê-lo por que “sou branca”. Primeiramente, eu acho muito difícil, com essa característica de povo mestiço que somos, encontrar alguém no Brasil que seja exclusivamente branco, negro ou outra raça. Com exceção, é claro, de uma minoria mesmo, que mora em tribos indígenas e comunidades descendentes de quilombos ou descentes de asiáticos e alemães, etc.
  
O meu discurso foi, é, e sempre será em favor de uma educação igualitária. Afinal, que justiça há em me excluir do direito de cotas pela cor da minha pele, quando eu que sempre estudei em escolas publicas não tive acesso a um nível privilegiado de educação que alguns negros da classe media-alta tiveram?

O Brasil precisa é criar vergonha na cara e parar realmente com essa diferenciação, classificando o seu povo pela cor da pele ou algo assim e passar a garantir uma educação de qualidade para todos. Só assim teríamos a demonstração de que inteligência não tem nada a ver com ser pobre ou ser rico; ser branco ou ser negro. Tem a ver com oportunidade.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"ÍNDIOS INVADEM FAZENDAS NA BAHIA”.



A notícia sobre a invasão dos índios em fazendas e terras no interior da Bahia, divulgada nos principais jornais e nas redes sociais tem suscitado vários debates a respeito de qual lado se encontra a razão dos fatos.

De um lado, os fazendeiros e proprietários de terras, sendo expulsos das suas casas e vendo anos e anos de investimento das suas vidas serem tomados de forma violenta e desrespeitosa pelos índios armados e dispostos para enfrentar qualquer reação.

Do outro lado, os índios, cansados de esperar por uma justiça que ficou de corrigir e ratificar uma injustiça do passado quando eles eram as vítimas, também expulsos das suas terras de forma violenta e desrespeitosa, muitos massacrados e mortos para que os poderosos pudessem construir os seus patrimônios.

O uso da violência nunca deveria ser estratégia para resolver problemas e certamente, pelo menos nesse caso, provavelmente não seria se os governos e os representantes da justiça não fossem omissos nas suas obrigações.

O que poderíamos esperar quando há mais de 30 anos a justiça não assume a resolução desse problema?

Assim como vários outros problemas políticos e sociais, esse poderia ter sido evitado se nas cadeiras ocupadas por incompetentes, corruptos e ambiciosos, tivessem pessoas realmente empenhadas em garantir a justiça e a ordem da nossa população.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

“CIDADANIA, A GENTE NÃO VER POR AQUI” @ PLIM PLIM !


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Eita que esse mundão de meu Deus tá parecendo um jumento desgovernado e sem freios.

Hoje, por onde eu andei encontrei filas e mais filas, tumultos, insatisfações...

A viagem pelo reino do desgoverno começou pelo bairro da Ribeira, de manhã cedo. Na calçada do prédio da empresa Natal Card, uma fila de pessoas se formava embaixo de um sol de “pelar o couro”.  A informação que obtive foi que tratava-se de um selo para colocar nas carteiras de estudante. A cena, também no interior da empresa, dava uma impressão de estar olhando para uma manada de bois. -  Lembram daquela musica de Zé Ramalho - “Eh, ô, ô,  vida de gado, povo marcado, eh, povo feliz...” ?

No banco do Brasil, em frente, a fila também era grande, para entrar na agência. Imaginem lá dentro.

E aí o campeão nessa época do ano: o escritório da Receita Federal. Onde as filas são sempre grandes, as salas sempre cheias, os funcionários sempre mal humorados e os “sistemas sempre fora do ar”.

Tive que fazer uma visita também ao PROCOM. Com relação a esse, eu tenho uma curiosidade: - Qual é o órgão que devemos procurar para denunciar o PROCOM? - Há muito que o atendimento dessa instituição desestimula qualquer consumidor a ir buscar apoio para os seus direitos.

A HAPVIDA,... só faltava essa para completar. Fui com a minha filha para uma consulta médica e olhando aqueles corredores e salões de espera, confesso, em nada me pareceu diferente dos hospitais públicos. Aliás, a única diferença mesmo é que além de pagarmos a rede publica de saúde, através dos impostos, na rede privada temos que reembolsar mensalmente valores cada vez mais altos para um atendimento cada vez mais ineficiente.

Fechando com “chave de ouro”, fui à tarde pegar a TV daqui de casa que há precisamente 30 dias, completados hoje, estava na “autorizada” para consertar a entrada de vídeos. Esse era o motivo da minha visita ao PROCOM, pela manhã. Por sorte, ou azar, sei lá, a moça da oficina retornou a minha ligação e disse que acabara de descobrir onde estava a peça que não havia chegado da minha tv – Nos correios – Eficientemente, informou que alguém iria pegar de imediato e a tarde eu já poderia ir pegar o aparelho concertado. Dito e feito.

Para fazer jus ao meu apelido de “barraqueira”, eu não poderia deixar passar essa oportunidade. Educadamente, após receber a TV, interroguei o atendente – Moço, por favor, o senhor pode me dá um numero de telefone do fabricante para que eu posso reclamar do atendimento desta empresa?

O rapaz me fitou sem acreditar e por fim, deu-me o numero esclarecendo – A ligação é paga, viu? – Numa tentativa obvia e ingênua de me desestimular.

O mais interessante de tudo isso que presenciei foi observar que a maioria das pessoas não esboçava qualquer reação de protesto diante dessas situações de desrespeito com o cidadão. Quando muito, reclamavam entre si, mas nada que tivesse a mínima indicação de que surtiria ao menos o efeito de manifestar a sua indignação. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

DENUNCIA – ATRASO NO PAGAMENTO DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS DO MUNICIPIO DE NATAL RN


Sabiam que na data de hoje, 10 de abril, enquanto muitos contabilizam os gastos do feriadão da semana santa, os funcionários das empresas terceirizadas que prestam serviços à prefeitura de Natal RN contabilizam o prejuízo do atraso de seus salários do mês de março?

Os empregados das terceirizadas estão sem dinheiro para sequer comprar comida, cumprir o pagamento do aluguel e outras necessidades básicas.

Eu chamo isso de crueldade.

Tenho certeza absoluta que os responsáveis por esse problema, que se tornou constante nessa gestão, não têm nenhum peso em suas consciências.

É difícil para quem passou a semana santa descansando ou se divertindo em alguma praia ou outro lugar com a família e amigos compreender a fome, o desconforto e desespero que causam nos outros.

Alguém tem que acabar com esse círculo vicioso no atraso dos pagamentos desses profissionais terceirizados. A prefeitura atrasa com o repasse para as empresas e estas atrasam o pagamento das pessoas.

Sabemos que entre eles há acordos mirabolantes e lucrativos e que, nessa história toda, as únicas vitimas são os humildes funcionários que cuidam da limpeza, da alimentação e da segurança das instituições publicas.

E nós, o que temos com isso?

Temos, no mínimo, a obrigação de tomar conhecimento disso que está acontecendo e compartilhar com as outras pessoas para que possamos cobrar dos nossos representes na câmera dos vereadores que tomem as providências para denunciar a quem de direito.

Não é possível que em um regime democrático pessoas reinem em cargos públicos fazendo o que bem quer, acima do bem e do mal.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

QUEM NOS AMPARA QUANDO O GOVERNO DESGOVERNA?



Dona Maria de Fátima, depois de ser esclarecida de que eu não era a “Fortinha, filha de dona Raimunda", deixou se convencer de que eu, apesar disso, me colocava a sua disposição para tentar resolver o seu problema e acabou me contando que era funcionária aposentada da educação, que tinha vindo para Natal em um carro fretado a fim de descobrir o motivo de não haver recebido o seu salário.

Observei a sua aparência humilde, exibia aquele ar que transmite a fragilidade de uma senhora idosa, mas ao mesmo tempo revela a fortaleza de quem vive no interior e já enfrentou as muitas precariedades dessa vida.

Acho que a raridade em que se tornou o cumprimento às pessoas desconhecidas, coisa que nos interiores, antigamente, era muito comum, pois ninguém passava um pelo outro sem dar um bom dia, boa tarde ou boa noite, foi o que fez a dona Maria de Fatima acreditar me conhecer e estender seu cumprimento a uma conversa, revelando a situação pela qual passava ali na Secretaria Estadual de Educação.

Ouvi tudo e fiquei conhecendo a resposta que ela tinha recebido da secretaria e com a qual iria voltar para casa: - O dinheiro será pago apenas no final do mês, junto com o próximo salario.

Dona Maria de Fatima voltava, sem entender ainda o motivo da suspensão do seu pagamento, oscilando entre estar “conformada” por reconhecer a sua impotência para resolver o problema e “inconformada”, pois não concebia ser surpreendida com a perda de um direito com o qual contava para “pagar o aluguel” da sua casa e comprar os seus “medicamentos controlados”.

A primeira ideia que me veio a mente foi a de ligar para o Sindicato, a fim de receber alguma orientação. Para minha surpresa (aliás, nem sei por que ainda me surpreendo) a resposta que recebi da pessoa da coordenação que me atendeu foi: - Esse problema não tem nada a ver com o sindicato, não. Ela tem que resolver por ai mesmo, na Secretaria da Educação.

Ao me dirigir ao RH, tentando resolver o problema junto com a dona Maria de Fatima, acabei descobrindo que esse não era um caso isolado. Coincidentemente, na hora em que estávamos lá, outra senhora aparentando idade semelhante, entrou rispidamente no setor e dirigindo-se a chefe que se encontrava na sala ao lado, gritou: - Eu quero o meu dinheiro hoje! Ninguém tem o direito de meter a mão no que é meu!

Nesse instante o clima começou a ficar complicado porque a chefe do setor mandou chamar o segurança.

 A senhora, que estava visivelmente abalada, sentiu-se ofendida com tal atitude e bravejou com a sabedoria que a idade e as experiências lhes permitiram adquirir: - Por que uma pessoa reivindicando o que é seu por direito é tratada como se estivesse errada? – Alertou ao segurança: - Não se atreva a por a mão em mim para me retirar daqui, pois estou em um local publico e não estou agredindo ninguém, apenas exigindo que seja devolvido o que me foi tirado.

Acabei tendo que deixar a dona Maria de Fátima de lado por uns instantes para, dessa vez, ir a auxilio da outra senhora.

Fiz questão de esclarecer aos presentes que ela estava coberta de razão e que merecia todo o nosso respeito. Convenci a sentar-se em uma cadeira para tomar um pouco de agua a fim de se acalmar um pouco. Outras funcionárias se aproximaram e ofereceram-lhe chá, dessa vez demonstrando solidariedade e confessando que também uma delas havia ficado sem receber o pagamento neste mês.

Saímos daquela sala com a promessa de ter o dinheiro recebido em uma folha suplementar no próximo dia 10, mas, sem compreender ainda de quem foi a culpa de toda essa injustiça. Pareceu que a ordem partiu lá de cima, do cargo maior da Secretaria de Educação. Um fato lamentável e revoltante.

Acompanhada das duas senhoras, ainda conversando sobre o assunto  nos corredores, em direção a saída do prédio, acabei me projetando para um futuro próximo, onde eu estarei, assim, uma senhora aposentada. Penso que certamente a minha postura se assemelhará com a da segunda.

Todavia, entendo hoje que: o fato de não abaixarmos a cabeça diante da injustiça, não isenta do sofrimento de nos sentirmos sós e desamparadas. É muito bom quando encontramos alguém que nos apoie e, principalmente, instituições que tem o dever de fazê-lo.

Continuo achando que o sindicato, instituição que mantemos através de um desconto em nosso salário, deve ser estar sempre a nossa disposição em situações como essa, para prestar esclarecimentos e apoio jurídico se for o caso.

Liguei mais uma vez para a coordenação do sindicato e dessa vez a pessoa concordou que os funcionários prejudicados deveriam recorrer ao órgão.

Tudo isso merecia mais divulgação.
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