É impressionante constatar que, ao nos fazemos autodidata diante de algum objeto de estudo, que obviamente
somos conduzidos pelo encantamento a esse, o encantamento transfere-se normalmente à ação de estudá-lo.
Tal efeito retira do ato de estudar
o objeto, o caráter enfadonho que possivelmente teria se o mesmo objeto fosse
estudado obedecendo às exigências acadêmicas.
Daí a resposta para o levante estudantil: - Odeio estudar! – Odeio a escola!
Aqui se trata, infelizmente,
apenas de uma constatação. Visto que, a solução está longe de ser alcançada. Mais
distante ainda nas escolas brasileiras.
Seria, pois, a ocasião de
considerarmos que as exigências acadêmicas são dispensáveis para a
aprendizagem? Embora a minha resposta pareça contraditória, estou certa de que
não. A contribuição acadêmica vai para além da legitimação do estudo, ela é
responsável pela sistematização do mesmo, ou seja, conduz para que não nos
percamos pelo caminho.
Nesse caso, onde está o foco do
problema? Onde o estudo acadêmico retira o encantamento do estudo espontâneo e
torna, para muitas pessoas, insuportável estudar?
Penso que, “o foco” é plural, ou
seja, está em vários motivos. Sobre esses focos podemos tratar que o mais
pernicioso é a didática, ou, didáticas.
As didáticas que sobrepõe o valor
dos conteúdos ao prazer das descobertas e da construção do saber individual são
responsáveis pelo desencantamento em estudar.
Mas, como em todo espaço social,
também na escola é impreterível entender desde cedo que “nem tudo não é como
gostaríamos que fosse”. Essa é uma aprendizagem emocional, chamamo-la de
maturidade. É o suporte para as relações sociais.
Contudo, não devo me acomodar e
aceitar tudo. Assim, descobrir o que “posso mudar e o que não posso mudar” se
torna a base da sabedoria. Cobrar e ceder faz parte dessa dialética. Todavia,
esse exercício não pode ser unilateral quando se refere à estudante e escola. As
mudanças devem vir das duas partes e só há consonância onde houver diálogo.
Ivana Lucena 30 de março de 2014.
Um comentário:
Olá Ivana, muito interessante a sua reflexão. Para que mudanças aconteçam na educação é preciso mesmo que educadores e educandos se posicionem conscientemente.
Bjos
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