Um fato noticiado nessa
semana passada na tv me tocou e
perturbou profundamente. Acredito que também a muitos brasileiros. Estou me
referindo as cenas explícitas de racismo demonstrada durante uma partida de
futebol no Peru, para com um jogador brasileiro.
“A torcida
do Real Garcilaso protagonizou cenas lamentáveis nesta quarta-feira (12 de
fevereiro) em Huancayo. Quando o volante Tinga, do Cruzeiro, pegava na bola, os
torcedores imitavam sons de macaco em atos de extremo racismo.” (http://www.foxsports.com.br/videos/149626435800-racismo-torcida-rival-imita-sons-de-macaco-quando-tinga-pega-na-bola
)
Assistir
depois o depoimento do jogador chorando e declarando que “trocaria todos os
títulos que já conseguiu na vida pelo respeito” foi o ápice para compreender a
dor de uma pessoa quando se ver humilhada por algo que não depende da sua
escolha, que não se liga a avaliação do seu caráter e da sua integridade moral.
E, diga-se de passagem, algo tão medíocre como enxergar inferioridade humana
por causa de uma cor de pele.
Chorei
todas as vezes em que toquei no assunto com alguém. Da ultima vez, com a minha
filha mais nova e ela me questionava: - Mas, racismo não é crime?
Eu tentava
fazê-la entender que as coisas só são consideradas “crimes” perante a sociedade
se houverem leis que diga que os são. Disse-lhes que eu não sabia se naquele
país havia leis para considerar isso e que mesmo no Brasil o crime de racismo é
uma lei recente.
Compreendi
a sua dificuldade em entender. Na sua cabeça, só o fato de ser “absurdo” era suficiente
para ser considerado como crime e passível de punição.
Sabemos bem
que as coisas não são assim nem quando a lei já prever ser mesmo crime.
Outro
exemplo, também no futebol:
“O zagueiro
Paulão, ex-Atlético-MG, foi alvo de racismo durante o clássico entre
Sevilla e Betis, pela 14ª rodada do Campeonato Espanhol, neste domingo. Ele foi
expulso aos 41min do primeiro tempo pelo segundo amarelo. Enquanto o
jogador do Betis deixava o campo, a própria torcida do time do brasileiro
começou a imitar macaco para ofendê-lo. Ele saiu de campo chorando.” Esse
fato ocorreu em 24 de novembro de 2013, no ano passado.
Agora,
pensando positivo:
O carnaval
está chegando e para que não seja tão definitivamente “o ópio do povo”, penso
que essa música deveria se tornar a nossa bandeira diante da realidade que
conversamos aqui: “Nossa Cor” de Léo Santana e Parangolé.
Um comentário:
Amiga Ivana, infelizmente, apesar de todo o avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, o homem pouco ou nada evoluiu moralmente, haja vista estes e outros fatos lamentáveis que ocorrem a toda hora.
Um abração. Tenhas uma linda semana.
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