Essa semana
alguém perguntou a mim se eu era uma escritora.
Embora, na
mesma hora, tenha dado a única resposta possível e verdadeira, essa questão
voltou a martelar a minha cabeça em outra situação posterior.
Eu jamais
teria hoje o atrevimento de considerar-me uma escritora. Estou bastante longe
disso. Isso não é uma falsa modéstia ou uma declaração à espera de elogios. É
somente a pura verdade e a resposta que dei àquela pergunta.
Admiro
demais a arte de escrever e compreendo que antes de ser um dom é na verdade um exercício
de uma paixão. Lamento pelos que, também tendo essa paixão, não alcançaram pelo
menos a capacidade de autoavaliação e julgam-se escritores sem ainda o serem.
O motivo de
todo esse meu escrito é realmete um desabafo, provocado por ver algumas pessoas
postando seus textos nas redes sociais se intitulando escritores e poetas. Poderiam
realmente fazê-los se assim fossem de verdade.
Mas, o que vemos
são textos mal escritos. Uma tentativa forçada de aparecerem, ou, uma
autoafirmação ingênua, prefiro pensar assim, de quem talvez desconheça de
verdade o que é ser um escritor.
Se
essas pessoas dedicassem um pouco de esforço para pesquisa, constatariam que o caminho para tornar-se um escritor é longo e
só se faz possível com perseverança e humildade. Aprendemos com os exemplos,
com os mestres, com os que já estão à nossa frente. Disso eu sei. E nesse
caminho o que buscamos é o nosso próprio estilo e um objetivo para escrever que
não seja somente o de aparecer.
Talvez eu já
tenha sabido disso há muito tempo, mas essa afirmação reacendeu em mim nas
palavras do personagem do filme o Marquês de Sade: “- Quem produz mais do que o
que lê, será sempre um amador!”.
Espero não ter
sido muito rude, honestamente não gostaria de tê-lo sido. Tampouco queria a pretensão
de saber mais do que outras pessoas que estão por aí tentando serem escritoras.
Só queria mesmo era juntar-me a elas nessa reflexão a respeito da necessidade
que temos em ler bastante, conhecer estilos bem variados, aprender a distinguir
bons textos e escrever tudo o que temos vontade, sem medo de nos mostrarmos
aprendizes. Até porque, quando se trata de escrever bem, nunca chegamos à
perfeição, seremos sempre aprendizes.
O que importa é sermos cada vez melhor no que
fazemos e no que nos tornamos.
2 comentários:
Ivana, também acho que escrever é uma arte e não fácil ser escritor. Para se dizer escritor é necessário o indivíduo tenha conhecimento do ofício.
Um abração. Tenhas um ótimo fim de semana.
Agradeço a sua participação, meu amigo. É uma honra contar com a sua contribuição. Confesso estar quase concluindo que, lamentavelmente, a cada nova geração os brasileiros lêem menos. Um abraço.
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