quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

OS LIMITES DA MINHA OUSADIA

Escolhi uma foto para o meu Avatar.
Estava calor, verão, postando as fotos das férias na praia...
Ousei, pus eu lá, de biquine no Avatar.
Depois pensei: E quando virem o que vão dizer? O que vão pensar?
Eu, exposta, meia idade, meio vestida, meio nua, meio a vontade, a me mostrar?
Pensei naqueles que pensam: nos que vão julgar, nos que vão falar...
 De imediato comecei a recordar:
Onde estavam quando eu precisava? Quando eu chorava? Quando eu sentia medo, saudades, tristeza, solidão...? Quando o juízo fervia e não me deixava o sono chegar?
Definitivamente, não estavam comigo lá.
Vendo assim, é fácil pensar.
Mas, sentir nem sempre condiz com raciocinar.
Então, volto ao tribunal, volto eu mesma a me julgar.
Olhando pra mim, seminua, presa no meu Avatar.
Por toda uma vida, enfrentando o dilema: Me preocupar ou Não me preocupar?
“Eis a questão”: Com o que os outros vão falar.
Pensei que com idade e autonomia se conquistasse o direito de mandar se danar.
Sempre quis que assim fosse, mas vejo, ainda hoje, que nem sempre dá.
O que fazer com essa prisão que nos deixamos vagar?
Agora mesmo, nesse momento de conflito, O que fazem “os outros” que detêm o direito de me julgar?
Posso imaginar.
Nunca irei me conformar
Com esse direito que a minha fraqueza teima em dar, 
de submeter a minha vida ao julgamento de quem nunca está nela quando preciso para me ajudar.

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