Dizem que a gente só sabe o
que é a dor quando passa por ela.
Discordo. Algumas pessoas realmente
não necessitam disso.
Eu, desde ontem, carrego a
dor da mãe que teve o filho morto, diante das câmeras de segurança, quando
chegava ao portão da sua residência, em São Paulo e entregava ao bandido, o seu
celular . Não posso, é verdade, sentir a
dor na intensidade que ela sentiu, mas sou capaz de colocar-me em seu lugar
naquele instante em que viu o filho inerte no chão, como ela mesma narrou para
os repórteres da tv, e sentir em meu peito a agonia, a aflição e a tristeza que
uma mãe sente numa experiência desse nível.
Para completar, hoje,
chegando ao meu local de trabalho, a Secretaria de Educação do Estado do RN, deparei-me
com o assunto do assalto que ocorreu ontem à noite. Segundo as informações que
ouvi, algumas funcionárias foram rendidas e passaram cerca de duas horas sob pressão
psicológica exercida pelos bandidos, antes que esses arrobassem caixa
eletrônico instalado no prédio.
A banalidade com que se tira
a vida humana e a segurança que os nossos representantes políticos são incapazes
de nos oferecer leva-nos a um sentimento de impotência e revolta.
O que podemos esperar de uns
políticos que depois de eleitos nos envergonha com tantos escândalos de
corrupção? Com tanta exposição declarada de egoísmo? Com as revelações
constantes das farsas que estavam por trás dos discursos políticos que iludiram
aqueles que os escolheram como seus
representares?
Tem que haver alguma coisa
que possamos fazer além de ficar como meros expectadores da violência.
Não podemos esperar chegar o
dia em que nós mesmos ou nossos filhos, famílias e amigos tornem-se também noticiário
de tv.
Devemos buscar a união entre
as pessoas, levar para a discussão possibilidades de ações para buscar ajuda e
parcerias a fim de tratar esse câncer que já está mais do que escancarado em
nosso país.
Não tenho tempo sobrando,
mas, tenho consciência de que se não agirmos o nosso tempo será verdadeiramente
mais curto.
Estou à disposição para unir-me
nessa luta com quem desejar. Não sei bem
o que fazer, mas a gente pensa junto.
Só sei que não podemos mais esperar...
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