Deixa-me, antes, descrever como amanheceu o domingo aqui em Natal, RN.
Um sol brilhante reluzindo nas folhas das árvores; nas paredes e telhados das casas e nos rostos das pessoas.Uma chuvinha fina e gostosa intercalou a ação do sol, deixando uma brisa gostosa e as cores da paisagem mais vistosa.
Não chove mais agora, o sol espera todos na praia e também generosamente aquece aos que ficam em casa; os que vão a igreja; os que hoje trabalham; os que recebem os amigos em casa; os que apenas descansam aproveitando a dádiva desse dia lindo e, já ia me esquecendo, quem neste domingo está fazendo as provas do ENEM.
Decerto, para aqueles que, infelizmente, encontram-se enfermos do corpo ou da alma, um dia assim também traz boas energias e provoca a esperança de um renascer.
Neste dia acordei disposta para cuidar da natureza e da minha cachorra, a “Gigele”. Moro de frente para uma mata, onde tem uma área que eu procuro manter sempre limpa, hoje recolhi um saco grande de lixo que foi trazido pelo vento (materiais plásticos, pedaços de isopor, papeis papelões...).
Enquanto realizava essas tarefas, a natureza demonstrava o seu agradecimento me oferecendo uma sombra gostosa, o canto dos pássaros e um aroma suave das folhas da mata. Quando é tempo de frutas, ela me oferece, ainda, cajus e mangabas. Quanto a Gigele, tomou um bom banho e secou-se aproveitando também o sol.
Mas não era sobre a minha ação que eu me referia ao escolher o título deste texto, mas sobre outras ações que presenciei e que me me veio hoje à lembrança das emoções provocadas em mim.
Precisamente, nesta sexta-feira, dia 21 de outubro, eu fui com a minha mãe receber o resultado de um exame em uma Unidade da LIGA NORTE-RIOGRANDESE CONTRA O CANCER.
A minha primeira admiração, apesar de já haver ido algumas vezes à área especifica de exames, foi com a “grandiosidade” do local. Isso, em todos os aspectos que a palavra pode significar.
A Liga, como todo mundo chama, “acolhe” as pessoas em instalações belas, com mobiliários novos, muito higienizadas e agradáveis, oferecendo com total conforto e eficiência, exames e tratamentos contra o câncer utilizando-se de instrumentos com tecnologias altamente avançadas.
As pessoas que procuram atendimentos na Liga são, em sua maioria, oriundas de cidades do interior do estado. Elas vêm pela manhã, bem cedo, nos carros e ambulâncias das prefeituras de suas cidades. Conversando com elas é possível compreender a grandiosidade das ações que acontecem naquele local.
Em todas as vezes que estive lá, conheci pessoas bastante humildes trazidas pela necessidade de buscar alivio e cura para as suas doenças. Mas, o contrário do que se possa imaginar, as conversas com elas são, quase sempre de alegria e otimismo. Sobre o local, ninguém economiza elogios e, principalmente pelo tratamento que os funcionários e grupos de voluntários prestam a todos eles.
- Aqui, só a senhora vendo, como é animado de manhã cedinho, tem gente tocando violão, tem bingo... – Descreveu-me, entre sorrisos, uma senhorinha de cabelos ralos e branquinhos, que já teve um olho retirado devido ao câncer e apresenta vários sinais da doença por toda a pele, enquanto eu a ajudava a escolher uma roupa para comprar no Bazar que tem lá.
De outra vez, fiz amizade com D. Maria, uma senhora que mora em Cerra do Mel. Ela me contou que sai de madrugada de casa e mesmo sendo atendida pela manhã, tem que aguardar o “carro da prefeitura” que só retorna á tarde com todas as pessoas que vieram a Natal para tratar-se.
Mas, D. Maria não acha um sacrifício tão grande assim, pois, segundo ela, ali, toma um café com leite e biscoitos, oferecidos pelos voluntários e fica sentadinha no “fresco” do ar-condicionado, enquanto espera a hora passar.
Algumas, semanas depois desse nosso encontro eu fiz uma surpresa telefonando para saber como ela estava. Não pensei que D. Maria fosse ficar tão emocionada com isso e eu também. Prometi que qualquer dia iria à Cerra do Mel – Para comer castanhas. – conforme o convite da minha amiga.
Lamento não ter ido até hoje e temo que tenha desperdiçado uma oportunidade. Essa é uma daquelas coisas em que se corre o risco de tornar-se tarde demais quando adiamos muito para realizá-las.
De tudo o que vi, o que mais me chamou a atenção foi a capacidade de exemplo que esta instituição representa para a administração das instituições de saúdes comandadas pelos governos públicos.
Fiquei me questionando – Se aqui eles conseguem, por que então a saúde publica é esse caos total que a gente conhece?
No site da instituição a gente pode encontrar diversas informações a respeito do funcionamento da mesma, das ações oferecidas; dos trabalhos voluntariados; da sua história de fundação e luta até hoje e das formas possíveis de prestação de serviços e ajuda financeira para mantê-la funcionando e evoluindo.
Destaquei:
“A Liga Contra o Câncer é uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos que está completando 60 anos. Ao longo desse tempo, ela se tornou um dos principais centros de oncologia do Brasil com um trabalho de excelência no combate ao câncer que é fundamental na vida de muitas pessoas. Para se ter uma idéia, todos os meses são em média 3.200 novos pacientes, mais de 700 cirurgias e 39 mil procedimentos. Até o ano de 2020, a previsão é que essa demanda triplique, o que aumenta ainda mais o nosso desafio. Manter uma estrutura como a da Liga funcionando é uma luta constante, e por isso a sua contribuição é essencial.
Não deixe de ajudar. Doe, se envolva, repasse essa idéia. Qualquer doação, ainda que pequena, pode ser decisiva na luta contra o câncer.
Não deixe de ajudar. Doe, se envolva, repasse essa idéia. Qualquer doação, ainda que pequena, pode ser decisiva na luta contra o câncer.