domingo, 23 de outubro de 2011

"NEM SÓ DE VIOLÊNCIA VIVE A SOCIEDADE, MAS, DE TODA BOA AÇÃO QUE O HOMEM É CAPAZ DE FAZER"


Deixa-me, antes, descrever como amanheceu o domingo aqui em Natal, RN. 

Um sol brilhante reluzindo nas folhas das árvores; nas paredes e telhados das casas e nos rostos das pessoas.Uma chuvinha fina e gostosa intercalou a ação do sol, deixando uma brisa gostosa e as cores da paisagem mais vistosa.

 Não chove mais agora, o sol espera todos na praia e também generosamente aquece aos que ficam em casa; os que vão a igreja; os que hoje trabalham; os que recebem os amigos em casa; os que apenas descansam aproveitando a dádiva desse dia lindo e, já ia me esquecendo, quem neste domingo está fazendo as provas do ENEM.

Decerto, para aqueles que, infelizmente, encontram-se enfermos do corpo ou da alma, um dia assim também traz boas energias e provoca a esperança de um renascer.

Neste dia acordei disposta para cuidar da natureza e da minha cachorra, a “Gigele”. Moro de frente para uma mata, onde tem uma área que eu procuro manter sempre limpa, hoje recolhi um saco grande de lixo que foi trazido pelo vento (materiais plásticos, pedaços de isopor, papeis papelões...).

 Enquanto realizava essas tarefas, a natureza demonstrava o seu agradecimento me oferecendo uma sombra gostosa, o canto dos pássaros e um aroma suave das folhas da mata. Quando é tempo de frutas, ela me oferece, ainda, cajus e mangabas. Quanto a Gigele, tomou um bom banho e secou-se aproveitando também o sol.


Mas não era sobre a minha ação que eu me referia ao escolher o título deste texto, mas sobre outras ações que presenciei e que me  me veio hoje à lembrança das emoções provocadas em mim.


Precisamente, nesta sexta-feira, dia 21 de outubro, eu fui com a minha mãe receber o resultado de um exame em uma Unidade da LIGA NORTE-RIOGRANDESE CONTRA O CANCER.

A minha primeira admiração, apesar de já haver ido algumas vezes à área especifica de exames, foi com a “grandiosidade” do local. Isso, em todos os aspectos que a palavra pode significar. 

A Liga, como todo mundo chama, “acolhe” as pessoas em instalações belas, com mobiliários novos, muito higienizadas e agradáveis, oferecendo com total conforto e eficiência, exames e tratamentos contra o câncer utilizando-se de instrumentos com tecnologias altamente avançadas. 

As pessoas que procuram atendimentos na Liga são, em sua maioria, oriundas de cidades do interior do estado. Elas vêm pela manhã, bem cedo, nos carros e ambulâncias das prefeituras de suas cidades. Conversando com elas é possível compreender a grandiosidade das ações que acontecem naquele local.

Em todas as vezes que estive lá, conheci pessoas bastante humildes trazidas pela necessidade de buscar alivio e cura para as suas doenças. Mas, o contrário do que se possa imaginar, as conversas com elas são, quase sempre de alegria e otimismo. Sobre o local, ninguém economiza elogios e, principalmente pelo tratamento que os funcionários e grupos de voluntários prestam a todos eles.

- Aqui, só a senhora vendo, como é animado de manhã cedinho, tem gente tocando violão, tem bingo... – Descreveu-me, entre sorrisos, uma senhorinha de cabelos ralos e branquinhos, que já teve um olho retirado devido ao câncer e apresenta vários sinais da doença por toda a pele, enquanto eu a ajudava a escolher uma roupa para comprar no Bazar que tem lá. 

De outra vez, fiz amizade com D. Maria, uma senhora que mora em Cerra do Mel. Ela me contou que sai de madrugada de casa e mesmo sendo atendida pela manhã, tem que aguardar o “carro da prefeitura” que só retorna á tarde com todas as pessoas que vieram a Natal para tratar-se. 

Mas, D. Maria não acha um sacrifício tão grande assim, pois, segundo ela, ali, toma um café com leite e biscoitos, oferecidos pelos voluntários e fica sentadinha no “fresco” do ar-condicionado, enquanto espera a hora passar. 

Algumas, semanas depois desse nosso encontro eu fiz uma surpresa telefonando para saber como ela estava. Não pensei que D. Maria fosse ficar tão emocionada com isso e eu também. Prometi que qualquer dia iria à Cerra do Mel – Para comer castanhas. – conforme o convite da minha amiga. 

Lamento não ter ido até hoje e temo que tenha desperdiçado uma oportunidade. Essa é uma daquelas coisas em que se corre o risco de tornar-se tarde demais quando adiamos muito para realizá-las.

De tudo o que vi, o que mais me chamou a atenção foi a capacidade de exemplo que esta instituição representa para a administração das instituições de saúdes comandadas pelos governos públicos. 

Fiquei me questionando – Se aqui eles conseguem, por que então a saúde publica é esse caos total que a gente conhece?

No site da instituição a gente pode encontrar diversas informações a respeito do funcionamento da mesma, das ações oferecidas; dos trabalhos voluntariados; da sua história de fundação e luta até hoje e das formas possíveis de prestação de serviços e ajuda financeira para mantê-la funcionando e evoluindo.

Destaquei:
A Liga Contra o Câncer é uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos que está completando 60 anos. Ao longo desse tempo, ela se tornou um dos principais centros de oncologia do Brasil com um trabalho de excelência no combate ao câncer que é fundamental na vida de muitas pessoas. Para se ter uma idéia, todos os meses são em média 3.200 novos pacientes, mais de 700 cirurgias e 39 mil procedimentos. Até o ano de 2020, a previsão é que essa demanda triplique, o que aumenta ainda mais o nosso desafio. Manter uma estrutura como a da Liga funcionando é uma luta constante, e por isso a sua contribuição é essencial.

Não deixe de ajudar. Doe, se envolva, repasse essa idéia. Qualquer doação, ainda que pequena, pode ser decisiva na luta contra o câncer.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MUAMAR KADAFI – A MORTE DE MAIS UM DITADOR


Ontem a noite, enquanto jantava na companhia da tv, assisti à noticia de que estavam em Natal, na CIENTEC (Feira de Ciências e Tecnologia, que ocorre anualmente no campus Universitario da UFRN), os escritores Frei Beto e Fabricio Carpinejar para conversarem com o publico. 

Não pensei duas vezes, ou melhor, pensei duas vezes e decidi-me da segunda que iria me arrumar rapidamente e pegar um ónibus para ir até o local. Andar de ônibus, para mim, quase sempre é uma aventura que me rende histórias. Depois eu contarei a de ontem.
Enquanto me arrumava (as coisas sempre me acontecem “enquanto”, já reparou?), pois bem, enquanto eu me arrumava para ir às palestras, o que foi uma sábia decisão, diga-se de passagem, mas isso também é uma outra história que depois eu conto, ouvi a noticia da morte de Muamar Kadafi.

Corri de imediato para a frente da tv e pude ainda assistir as cenas que apresentavam o ex-ditador todo ensanguentado e às manifestações na Líbia; nos EUA e outras partes do mundo comemorando a morte do mesmo.

http://umbandabrasileira.files.wordpress.com/2008/09/tristeza.jpg
Estranhamente, ou não, a minha reação, nesse caso, assim como no de Osama Bin Laden, no enforcamento de Sadan Hussem e em outros casos, onde a morte parece ser a condenação mais justa para pessoas que não conseguiram viver “humanamente”, na acepção ética da palavra, é sempre de tristeza. 

Não consigo compartilhar das comemorações, embora saiba que para mim isso não é tão difícil pelo fato de, felizmente, não fazer parte dos grupos de pessoas que sofreram diretamente pela ação desses déspotas.

Mas, a minha reação de tristeza se justifica mesmo no fato de reconhecer ali, naquele instante, assim como no instante em que morre um bandido qualquer, ou um ser que há muito dá trabalho a sociedade e que muitos reconhecem em suas mortes um alivio, eu, consigo, mesmo assim, enxergar um ser humano que, infelizmente, fracassou.

Infelizmente, a cada dia surgem novos seres humanos que tendem ou que buscam o caminho para tornarem-se fracassado. E, o caminho mais eficiente para que isso ocorra é “o poder”. Dificilmente, um ser “humano”, continua a sê-lo depois de condecorado com qualquer que seja a condição para sentir-se mais poderoso do que os demais.

Para alguns, a violência e a repressão torna-se a expressão maior do seu poder. Daí que, as vitimas destes, só cabem a manifestação de alegria ao se verem livres, definitivamente, dos mesmos. Isso não deixa de ser lamentável.

sábado, 15 de outubro de 2011

FELIZ DIA DO PROFESSOR


Professor, quem nunca o teve, amarga a infelicidade de não alcançar a evolução.

Muitos dos que evoluíram, esqueceram que precisaram de ti.

Se te queixas do salário, das condições de trabalho, da desvalorização que a ti dão,

O que justifica essa escolha, então?

Diante do teu esforço, carinho e dedicação, emerge uma ideia equivocada, 

De que deves trabalhar apenas por amor.

Esses, que assim proclamam, não compreendem o teu labor.

Estudos; projetos; planos; registros; elaboração de estratégias; correria; salas de aulas; alunos; pais; conteúdos; informações...

Além disso, é estranho que não considerem que o professor também tem as suas necessidades, compromissos pessoais e sonhos de uma vida melhor.

O professor desenvolveu a arte de amar o seu trabalho, mas não pode trabalhar só por amor.

Precisa pagar as suas contas, se locomover, se vestir, se alimentar, estudar e muitas outras coisas que sem dinheiro não dá.

Carece ter orgulho de ser chamado de professor.

Necessita sentir-se valorizado, respeitado por seus alunos e por toda a sociedade.

Que neste dia, ao professor, seja retribuído o carinho, a dedicação e o amor.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O FERIADO DA “SANTA PADROEIRA DO BRASIL” – A CRIANÇA


Alunos do CMEI Saturnina Alves
O feriado do dia 12 de outubro, dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, acaba sempre ofuscado por outra comemoração: O dia das crianças. É muito comum ouvir os desavisados que proclamam ser "o feriado do dia das crianças”.

Com todo o respeito que tenho aos católicos e com o reconhecimento do valor que uma religião tem para fundamentar eticamente a vida de muitas pessoas, assim como para dar sentido a existência das mesmas, não vejo motivo para impor a um país cheio de credos e religiões diversificadas, uma comemoração de uma religião em particular.

Todavia, a importância de refletir sobre as nossas crianças é realmente pertinente neste dia, embora o seja também em todos os outros dias.

A Declaração dos Direitos da Criança, documento, adotado pela ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS de 20 de novembro de 1959,  fiscalizado pela UNICEF (Organismo unicelular da ONU, criado com o fim de integrar as crianças na sociedade e zelar pelo seu convívio e interação social, cultural e até financeiro conforme o caso, dando-lhes condições de sobrevivência até a sua adolescência), traduz com precisão as condições que deveriam ser garantidas a toda criança.

Assim, cada vez que encontrarmos uma criança abandonada, dormindo nas ruas, pedindo esmolas nos sinais de trânsito, usando drogas, roubando, matando, sendo violentada, maltratada por pais e responsáveis, sem escola, sem brinquedos, sem carinho, sem assistência médica adequada..., devemos questionar –  O que eu tenho feito para mudar esse quadro?  Qual tem sido a minha contribuição para que os Direitos da Criança sejam cumpridos? Ou, Será que eu tenho alguma coisa a ver com isso?

Muitas pessoas isentam a sua consciência dessa obrigação, atribuindo tudo à competência dos políticos e governantes somente. Acreditam ou agem com a convicção de que a si cabe apenas a obrigação com os seus próprios filhos.

Imaginemos como seria o mundo se todo adulto assumisse para si o papel de defensor, em potencial, das crianças, dos idosos, dos animais e de qualquer ser que se apresentasse em condição de indefeso.

Quando assim for, todo  feriado da padroeira, teremos motivos verdadeiramente “divinos” para comemorar, pois não haverá uma criança sequer que não goze dos seus direitos declarados.


Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

Princípio II - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.
 
Princípio IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.

Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

Princípio VII - Direito á educação gratuita e ao lazer infantil.

Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.

Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

 Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_da_Crian%C3%A7a

domingo, 9 de outubro de 2011

CONVERSA COMIGO MESMA


Muitas vezes deixei de escrever para o Blog por não conseguir ter em mente um tema ou um assunto que parecesse relevante falar sobre ele. Hoje a dificuldade que se apresenta é totalmente diferente, tenho vários assuntos que me vem ao mesmo tempo e finda eu não conseguindo me concentrar em um deles apenas.

A sensação que experimento, e estou quase certa da veracidade desse diagnóstico, é que estou com a mente acelerada. Uma das evidências disso é a dificuldade em relaxar até para dormir. A minha cabeça está cheia de muitos compromissos e afazeres. Tenho acordado já cansada.

Sei que o descanso é privilégio para poucos. Ainda mais em se tratando de mulher que, além das obrigações profissionais, soma as obrigações de dona de casa, de mãe, de filha, de madrinha, de vizinha... e, sei lá mais o que tanto a gente é numa pessoa só.

Tantas são as obrigações que o ócio, quando ocorre, vem carregado de culpa. Na verdade é mesmo difícil experimenta-lo quando se sabe que a pia nos aguarda cheia de louça para lavar, que a casa está empoeirada, que necessitamos ir ao supermercado para repor alguns itens que começaram a faltar na dispensa e outras coisas que detectamos como urgentes e relevantes.

Se eu ouvisse meus próprios conselhos, certamente aqui eu estaria decidindo por, relaxar um pouco, sem culpa. Passaria a acreditar que a casa não vai cair, que o mundo não vai acabar e a família não vai morrer por eu fechar os olhos e ignorar essas necessidades.

Mas, pelo menos, uma coisa eu aprendi, a compartilhar com todos em casa as obrigações. Aqui, dia de faxina, até quem não é da família, estando presente é convocado para colaborar.

O resto, eu prometo a mim que irei aprender.

sábado, 1 de outubro de 2011

INTERNET- UM CANAL DE EDUCAÇÃO E DEMOCRACIA

Outro dia eu estava pensando nisso: “- Para a maioria das pessoas, a história é muito mais fácil de ser compreendida nos livros do que no momento em que ela acontece”.

Pelo menos no tratante a história política. O que ocorre é que os fatos acontecem, geralmente, de forma muito sutil e, ainda por cima, muitas vezes mascarados, aí, fica difícil perceber a relevância dos mesmos, ou pior, a gravidade de alguns para o futuro.

No Brasil democrático, atual, o que percebo, analisando particularmente o caso da greve dos professores no estado do Ceará e a situação política de alguns estados e municípios, é que a democracia finda exclusivamente na ação do voto para a escolha dos nossos representantes.

O político, depois de eleito, a grande maioria, se reveste de uma “blindagem” que o torna imune a qualquer reação do povo que o elegeu. De nada adianta discordar do seu representante, ele não lhe representa mais, representa a si próprio apenas.

Nas “casas públicas”, onde os candidatos são colocados pelo povo, há normas e regras que distanciam totalmente este povo delas. São muitos protocolos e burocracia nesses palácios. A reles população fica totalmente de fora, já serviu ao que se pretendia, elegeu, agora é desnecessária a sua opinião e anseio.

Para mim, politicamente falando, o maior avanço democrático que já tivemos, depois da conquista da democracia foi a “internet”.

Antes dela, todos os meios de comunicação eram de domínio da elite que se reversava no poder de governar a sociedade. Hoje, eles tem que engolir o povo nas suas manifestações particulares e, muitas vezes recorrem a estas para garantir a audiência dos seus programas de entretenimentos e de jornalismo.

http://cmeisal.blogspot.com/
Nós, educadores, no âmbito geral da palavra, que abrange toda e qualquer pessoa capaz de instruir alguém na aprendizagem de algo, temos que ser incentivadores do uso da internet como canal  de manifestação da massa social.

Infelizmente, o computador ainda é um instrumento distante na maioria das escolas, embora percebamos por parte do governo federal vários programas de incentivo do mesmo. Há alguns meses, por exemplo, aqui no Rio Grande do Norte foram distribuídos notebooks para os professores. Todavia, tenho as minhas dúvidas se a maioria desses professores já tenha descoberto o “poder” que tem em suas mãos.

As nossas crianças e jovens, que descobrem a internet, geralmente, nas lan houses ou, no caso dos que têm computadores, sozinhos, em casa. A escola não tem ainda a capacidade de instruir estes jovens, visto que grande parte dos educadores brasileiros não estão capacitados para isto.

Precisamos compreender que a história neste momento e nós fazemos parte dela. Temos a opção de vê-la passar, ou nem vê-la, ou, ainda, de fazer parte da mesma. As nossas atitudes indicam a nossa escolha.

Eu escolhi a internet para fazer valer a minha passagem na história. Do meu jeito. Aqui, com os meus amigos, compartilhando o que penso e conhecendo o que eles pensam também.

Chega de toda essa Democracia deturpada onde ao povo só é dado o direito de eleger.

O pior de tudo, gostaria de declarar aqui: Há muita perseguição e terrorismo acontecendo no interior dos governos, de forma sutil, atingindo individualmente as pessoas. O restante do povo nem fica sabendo dessa história. Só conhecem as propagandas bonitas que passam na televisão.

Eu posso falar aqui. O Blog é meu! “ – Tô pagaaaaaaaaaaaano!”
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