É possível, ao amanhecer, sem ter visto a chuva, comprovar por indícios que à noite choveu. Podem ser as gotículas que ainda respingam nas árvores, as poças d’águas nas ruas, a roupa encharcada no varal, o cheiro de molhado que ainda perfuma o ar ou tantos outros que delatam ter havido chuva naquele lugar. Tudo, quando bem observado, nos dará a certeza para afirmar, mesmo sem haver presenciado, que choveu enquanto dormiamos.
Todavia, as maravilhas da natureza não são o suficiente para nos provar a existência e a sabedoria de um criador.
Mesmo que com meticulosidade observássemos o desenvolvimento de um embrião, a transformação de um ser, ...do homem, máquina perfeita. Nada ainda é o bastante para comprovar.
Se deitarmos ao fim do dia e com precisão agendarmos todos os compromissos para o amanhã, quando a natureza cumprir o seu trazendo o sol e garantindo esse novo dia, mecanicamente o receberemos e nada nos fará refletir sobre as razões e o merecimento de assim ser.
O mesmo esforço que a mente faz para argumentar que tudo o que aí está é uma obra do acaso, de erros, acertos e ajustes do que se designou chamar de natureza, faria em refletir na possibilidade de não ser obra do acaso, mas de um propósito.
Por que o acaso se empenharia em evoluir para a beleza das coisa se as combinações entre as substâncias e as matérias permitiriam a vida?
Por que as flores, mesmos as minúsculas são caprichadas com tão belos detalhes? Algumas exibem filetos coloridos e raios multicores de um traçado tão preciso, repetido fielmente em todas das mesmas espécies. Se o objetivo das cores é atrair os insetos, não bastariam pequenas manchas? De onde vem o esforço na perfeição dos detalhes?
A mesma observação nós fazemos nas aves. Para que tanto detalhes, em cores, em plumas, em vôos, em sons? Para que tanta harmonia e melodia na comunicação de vários pássaros, a qual acostumamos chamar de “canto”?
Para que existe o cantar? Para que a música? Por que sentimos e dizemos: “A beleza alimenta a alma.”? Para que a alma se alimentar?
Por que a natureza exibe tantas obras-primas, que tantos artistas e até os cientistas tentam imitar?
Todos os que procuram para essas perguntas as respostas, esbarram em mistérios que a razão por si só não é capaz de desvendar e todos os que vivem apenas dela desistem então de tentar.
(Ivana Lucena)
“As ilhas da ciência e filosofia são emtoda parte lavadas pelos mares místicos.O intelecto reduz a esperança e somenteos afortunados podem suportar issoprazerosamente”.(Will Durant)
8 comentários:
Meus Parabéns Ivana! gosto da tua forma de escrever, a forma com que usa as palavras e a maneira de expressá-las...
Virei fã... sempre vou estar por aqui!!!
Continue nos dando a satisfação de ler coisas tão bem escritas!!!
Parabéns!
Gosto muito quando escrevi, acho que faz muito bem para você! Adorei muito, ainda não tinha lido essa. Beijos, continue assim mãe!
Lamentável que muitos deixam tudo isso passar despercebido...
Andam com tanta pressa, como se fossem morrer no próximo segundo, e uma hora esse segundo chega encerrando a chance de ter sido mais feliz, de ter vivido mais.
Gostei muito, você sabe que eu sou ainda muito cabeça dura e pragmática (aprendi rsrs)nesse assunto, mesmo quando você vem filosofando de 6h da manhã sobre esse assunto, admiro muito suas palavras e seu modo de pensar xD
Te amo e... não pare nunca de escrever!
Parabéns Vaninha, sei que sabe que eu te adimiro muito, tenho orgulho de ser irmã de uma pessoa maravilhosa, inteligente e amiga!
Te amo muito!
PARABÉNS E CONTINUE ESCREVENDO, ESSA IDÉIA DO BLOGGE FOI 10.
BJS!
Esse texto foi brilhante, gostei bastante, tás se superando a cada dia, daki a uns dias vamos esta vendo o lançamento do livro ; "Ivana, crônicas, causos, poesias e outras coisas" :) Parabéns tia!
Profundo, reflexivo e muito bem escrito. O criador foi tão sutil, que criou o ser humano para testar Sua criação e às vezes, destruí-la.
Companheira parabéns... eu já sabia que você era uma menina letrada mas estás uma verdadeira poetiza.Estou encantada com suas poesias...
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