O
celular travou, o computador parou, a fila não anda, o trânsito está
congestionado... É quase impossível suportar essas coisas. As pessoas estão
adoecendo constantemente por não conseguirem superar esses embaraços provocados
pela sociedade atual, moderna, mecânica e tecnológica.
A
nossa época é de velocidades. Velocidade de informações, velocidade de
locomoções, velocidade de exigências, velocidade de necessidades... O nosso
cérebro se adaptou a isso. Ele apresenta dificuldades agora para esperar, para
aceitar as coisas lentas. Estamos nos tornando intolerantes, impacientes.
Está
cada vez mais difícil persistir até o fim em curso acadêmico, em aguardar ser
sorteado em um consórcio, em planejar ações para um futuro mais distante do que
um mês.
Acontece
que, por ironia da lógica natural das coisas, a quantidade de pessoas convivendo
juntas, com semelhantes exigências, são as vítimas e as agentes dos
congestionamentos das redes de computadores, do transito, das filas de bancos,
supermercados, etc.
Acontece
algo pior ainda, essas pessoas, “nós”, envelheceremos e aí quem irá travar,
ficar lento, quem irá funcionar precariamente, será o nosso corpo, será o nosso
cérebro... O problema é que não deixamos de legado ninguém acostumado a
esperar, a tolerar.
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