sábado, 8 de agosto de 2015

NÃO TEMOS PACIÊNCIA PARA ESPERAR



 
O celular travou, o computador parou, a fila não anda, o trânsito está congestionado... É quase impossível suportar essas coisas. As pessoas estão adoecendo constantemente por não conseguirem superar esses embaraços provocados pela sociedade atual, moderna, mecânica e tecnológica.

A nossa época é de velocidades. Velocidade de informações, velocidade de locomoções, velocidade de exigências, velocidade de necessidades... O nosso cérebro se adaptou a isso. Ele apresenta dificuldades agora para esperar, para aceitar as coisas lentas. Estamos nos tornando intolerantes, impacientes.

Está cada vez mais difícil persistir até o fim em curso acadêmico, em aguardar ser sorteado em um consórcio, em planejar ações para um futuro mais distante do que um mês.

Acontece que, por ironia da lógica natural das coisas, a quantidade de pessoas convivendo juntas, com semelhantes exigências, são as vítimas e as agentes dos congestionamentos das redes de computadores, do transito, das filas de bancos, supermercados, etc.

Acontece algo pior ainda, essas pessoas, “nós”, envelheceremos e aí quem irá travar, ficar lento, quem irá funcionar precariamente, será o nosso corpo, será o nosso cérebro... O problema é que não deixamos de legado ninguém acostumado a esperar, a tolerar.

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