domingo, 30 de março de 2014

QUANDO ESTUDAR É CHATO – QUEM PRECISA CEDER, O ALUNO OU A ESCOLA?


É impressionante constatar que, ao nos fazemos autodidata diante de algum objeto de estudo, que obviamente somos conduzidos pelo encantamento a esse, o encantamento transfere-se normalmente à ação de estudá-lo.

Tal efeito retira do ato de estudar o objeto, o caráter enfadonho que possivelmente teria se o mesmo objeto fosse estudado obedecendo às exigências acadêmicas.

Daí a resposta para o levante  estudantil: - Odeio estudar! – Odeio a escola!

Aqui se trata, infelizmente, apenas de uma constatação. Visto que, a solução está longe de ser alcançada. Mais distante ainda nas escolas brasileiras.

Seria, pois, a ocasião de considerarmos que as exigências acadêmicas são dispensáveis para a aprendizagem? Embora a minha resposta pareça contraditória, estou certa de que não. A contribuição acadêmica vai para além da legitimação do estudo, ela é responsável pela sistematização do mesmo, ou seja, conduz para que não nos percamos pelo caminho.

Nesse caso, onde está o foco do problema? Onde o estudo acadêmico retira o encantamento do estudo espontâneo e torna, para muitas pessoas, insuportável estudar?

Penso que, “o foco” é plural, ou seja, está em vários motivos. Sobre esses focos podemos tratar que o mais pernicioso é a didática, ou, didáticas.

As didáticas que sobrepõe o valor dos conteúdos ao prazer das descobertas e da construção do saber individual são responsáveis pelo desencantamento em estudar.

Mas, como em todo espaço social, também na escola é impreterível entender desde cedo que “nem tudo não é como gostaríamos que fosse”. Essa é uma aprendizagem emocional, chamamo-la de maturidade. É o suporte para as relações sociais.

Contudo, não devo me acomodar e aceitar tudo. Assim, descobrir o que “posso mudar e o que não posso mudar” se torna a base da sabedoria. Cobrar e ceder faz parte dessa dialética. Todavia, esse exercício não pode ser unilateral quando se refere à estudante e escola. As mudanças devem vir das duas partes e só há consonância onde houver diálogo.

Ivana Lucena 30 de março de 2014. 

sábado, 29 de março de 2014

A OUSADIA DOS QUE ACREDITAM EM SI

Quando penso nos homens e mulheres que inventam coisas e, ou, revelam teorias, imagino tratar-se de pessoas inevitavelmente ousadas e com elevada autoestima. Isso porque, estou ciente das dificuldades que se enfrenta nas incredulidades alheias e nas barreiras sociais com as suas normas e apegos ao status quo.

Estou certa também que, em alguns casos, para se chegar ao produto final há um longo caminho de experimentos, de dúvidas e conflitos. Sem sombra de dúvida, esse período de insegurança se estende ou se agrava quando se trata de teorias relativas ao estudo sobre o comportamento humano. Obviamente pela complexidade da constituição individual humana.

Nesses casos, mais do que as invenções de objetos materiais, para o enfrentamento das dúvidas é impreterível a confiança em si mesmo, a crença na possibilidade que se tem de ultrapassar as etapas conflituosas e alcançar as respostas.

 Isso se torna mais fácil, obviamente quando já conseguimos “provar” alguma coisa anteriormente. O começo não é fácil para ninguém. Lembra-me inclusive aquele velho dilema do jovem que vai a procura do primeiro emprego e se depara somente com empregadores que exigem experiências anteriores.

Sabe-se, porém, que para acreditar em si não é suficiente, tão pouco indicado, basear-se somente na prepotência de achar que está certo. Faz-se necessário fundamentar as próprias teorias para que o auto convencimento, posto a prova, não se abale à desistência.

Com relação a “estar fundamentado” é elucidativo pensar que não se trata obrigatoriamente na fundamentação em pessoas que fizeram as mesmas coisas antes, desse modo, não seria invenção, criação, inovação. É preciso crer que a base das provas pode estar em si mesmo, nas observações, nos testes, nos erros e, principalmente, nos acertos e resultados.

Todavia, ficaria no plano fútil da prepotência, dispensar a contribuição de pesquisadores anteriores que, reconhecendo a dificuldade que deve haver enfrentado, esforçaram-se para deixar-nos como legado.  

De tudo o que se pode fazer para encarar as desconfianças alheias; as faltas de condições para trabalhar; o medo de errar e tantas outras barreiras que há no caminho, acreditar definitivamente na nossa potencialidade é o primeiro passo.

Sabendo, que não há facilidade para acreditar em si quando o território que pisamos é inovador. Nesse, as dúvidas são bem mais evidentes do que as respostas certas e, neste ponto, a confiança em nós mesmos deve ser reforçada para se abalar com a falta de apoio externo que provavelmente ocorrerá.

Acreditar em si é o combustível para seguir em frente apesar de...

(Ivana Lucena, 29 de março de 2014)






quarta-feira, 12 de março de 2014

VETERINÁRIOS


Tenho uma boa notícia para dar: Hyuna, a minha cachorra, recebeu alta hoje e já está comigo em casa. Foram sete dias de internação para tratamento de “Cinomose”.
Assim que ela deu entrada e foi diagnosticada com a doença, comecei a pesquisar a respeito. Passei a divulgar na internet para que os amigos, donos de cachorros, se prevenissem e vacinassem seus animais contra essa doença.
Aprendi que a “Cinomose” é uma doença provocada por um vírus altamente contagioso, que passa de um cão para o outro através do ar. Embora não afetem os humanos, o vírus pode ser transportado por eles através das suas vestes ou do corpo em contato com o animal infectado.
Constatei, no hospital, que existe quase que uma epidemia dessa doença, muitos cachorros sendo internados com os sintomas - anorexia, vômitos, diarreia, olhos remelando e até convulsões.  
Ela pode ser evitada com uma vacina anual, mas, diferente da “raiva”, não existe um investimento público na vacinação dos cães porque não atinge os humanos é fatal apenas para os animais.
Descobri o motivo dos veterinários não se empenharem na divulgação e esclarecimento sobre a prevenção essa doença quando recebi a conta do hospital, R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais).
Faço uma ressalva de alguns profissionais valorosos e lamento demais está dizendo isso.
Quando pensamos em Veterinários, concebemos pessoas que dedicam as suas vidas para salvar os animais. Não estou dizendo que não o fazem. Também não digo que o devam fazer só por amor aos bichos. Embora tenha sido essa a razão de muitos de nós quando criança sonharmos em nos tornarmos veterinários quando crescêssemos.  

Quero dizer, e com toda a certeza, que assim como a profissão de médico e de advogado, a maioria dos veterinários parece ter se tornada mercenária.
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