sábado, 27 de abril de 2013

SOBRE O ATAQUE NEONAZISTA A NORDESTINO – TRISTEZA E REVOLTA.



Sem querer cair na tentação de culpar os pais por tudo o que os filhos fazem, pois bem sabemos que realmente há coisas que fogem do nosso controle, todavia, não posso negar a sensação que tenho de que algo faltou na educação desses rapazes acusados de agredir um nordestino no Rio de Janeiro.

Examinando a imagem de cada um deles, jovens, “bem apanhados”, como se diz no interior do nordeste referindo-se a imagem de rapazes bem tratados; cabeças raspadas; tatuagens com referências ao nazismo e ares de desnorteados, penso: Onde esses meninos realmente se perderam? Que valores foram oferecidos para eles desde pequenos e como esses valores errôneos e preconceituosos encontram brechas para subjugar os valores bons? Se é que um dia foram-lhes ensinados valores como o respeito.

A tristeza de imaginar o que o rapaz nordestino, que por coincidência é daqui do RN, passou nas mãos desses trogloditas, assim como as outras vítimas que eles já fizeram, tende a se ampliar na certeza da impunidade. Hoje eles foram presos. E amanhã? Onde estarão? Não estou sendo pessimista em afirmar com convicção que logo, logo, estarão nas ruas atacando outras pessoas e recrutando mais jovens para essa organização insana de “neonazismo”.

domingo, 14 de abril de 2013

O HOMEM



Essa eu preciso contar. Senão, eu fico engasgada.
Hoje, depois de um almoço entre família e amigos, ficamos num bate-papo embaixo das árvores do terreno em frente a minha casa. De repente vemos passando um cavalo, em passos não muito apressados, com uma corda amarrada ao pescoço.
Chamou-nos a atenção, principalmente o estado de magreza do animal.
Logo atrás dele vinha um senhor que parecia ser seu dono e estava ao seu encalço para leva-lo de volta. Alguém comentou: - Qual será mesmo o animal, dos dois? Referindo-se a maldade de deixar o cavalo magro daquele jeito.
Dentro de pouco tempo vimos o animal retornando. Dessa vez, puxado pelo tal que julgamos ser seu proprietário.
Comentei com o homem: - Conseguiu enfim pegar o fujão, né? Ao que ele me respondeu: - Por causa disso ele vai me pagar, vai passar dois dias sem comer.
Certamente tentei convencê-lo de que isso não estava certo, mas, duvido mesmo que ele tenha me dado ouvido.
Assistindo o caminhar do animal, de cabeça baixa, totalmente indefeso, à mercê do seu dono, veio definitivamente à resposta daquela pergunta:
- O homem era o verdadeiro animal. – No sentido óbvio da sua total irracionalidade.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

PODEMOS COMBATER A VIOLÊNCIA OU SOMENTE ESPERAR QUE “OS OUTROS” (NÃO) FAÇAM?




Dizem que a gente só sabe o que é a dor quando passa por ela.
Discordo. Algumas pessoas realmente não necessitam disso.
Eu, desde ontem, carrego a dor da mãe que teve o filho morto, diante das câmeras de segurança, quando chegava ao portão da sua residência, em São Paulo e entregava ao bandido, o seu celular .  Não posso, é verdade, sentir a dor na intensidade que ela sentiu, mas sou capaz de colocar-me em seu lugar naquele instante em que viu o filho inerte no chão, como ela mesma narrou para os repórteres da tv, e sentir em meu peito a agonia, a aflição e a tristeza que uma mãe sente numa experiência desse nível.
Para completar, hoje, chegando ao meu local de trabalho, a Secretaria de Educação do Estado do RN, deparei-me com o assunto do assalto que ocorreu ontem à noite. Segundo as informações que ouvi, algumas funcionárias foram rendidas e passaram cerca de duas horas sob pressão psicológica exercida pelos bandidos, antes que esses arrobassem caixa eletrônico instalado no prédio.
A banalidade com que se tira a vida humana e a segurança que os nossos representantes políticos são incapazes de nos oferecer leva-nos a um sentimento de impotência e revolta.
O que podemos esperar de uns políticos que depois de eleitos nos envergonha com tantos escândalos de corrupção? Com tanta exposição declarada de egoísmo? Com as revelações constantes das farsas que estavam por trás dos discursos políticos que iludiram aqueles  que os escolheram como seus representares?
Tem que haver alguma coisa que possamos fazer além de ficar como meros expectadores da violência.
Não podemos esperar chegar o dia em que nós mesmos ou nossos filhos, famílias e amigos tornem-se também noticiário de tv.
Devemos buscar a união entre as pessoas, levar para a discussão possibilidades de ações para buscar ajuda e parcerias a fim de tratar esse câncer que já está mais do que escancarado em nosso país.
Não tenho tempo sobrando, mas, tenho consciência de que se não agirmos o nosso tempo será verdadeiramente mais curto.
Estou à disposição para unir-me nessa luta com quem desejar.  Não sei bem o que fazer, mas a gente pensa junto.
sei que não podemos mais esperar...



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