Ontem eu estive no Shopping, no
Midway, pois é... Pra variar, o estacionamento estava um exercício para insanidade
mental. Eu nem consegui colocar o carro lá dentro, aliás, nem tentei mesmo,
embora eu saiba que ao fim de quase dez minutos rodando lá dentro eu teria
chances de coincidir com alguém que estivesse saindo de uma vaga para pegá-la.
Mas, quis me poupar desse desgaste que já começava com uma fila imensa na rua
de entrada e naquela rampa medonha que antecede o portão, onde o carro fica
ameaçando toda hora voltar e bater nos carros de trás (essa é a sensação que eu
tenho). Enfim, estacionei na rua por trás e entrei a pé.
Enquanto entrava
no shopping, no meio daquelas pessoas que mais pareciam formigas, indo e vindo,
eu ficava pensando: - Porque tanta gente é fascinada por isso? – Confesso que
eu não sou uma dessas e quando converso com alguém que é questiono a mim mesma
se estou me tornando ultrapassada, renegando a modernidade. Mas, eu lembro que
antes mesmo de existirem os shoppings eu nunca fui mesmo de estar visitando
lojas, só compro realmente o essencial, e olhe lá (rsrsrs). Ir ao shopping só
para passear, isso então... Nem pensar. Prefiro ficar em casa lendo, escrevendo
alguma coisa ou assistindo a um filme. Antes que pensem tratar-se da idade (o
que não seria de fato um engano, rsrsrs), digo-lhes que sempre fui assim. Quando
mais jovem (isso para deixar claro que ainda o sou, rsrsrs), as minhas
diversões eram ir a praia, cinema, rodas de conversas com os amigos. Acho que
isso também pode ter a ver com o fato de ter sido criada de forma humilde, onde
comprar roupas se limitavam apenas às festas de são joão e final de ano. Ainda
hoje trago um pouco dessa cultura.
Mas, como eu ia
dizendo, o shopping estava feito um formigueiro. Aí, eu reparei que próxima à
decoração natalina central muita gente, como sempre, estava tirando fotos, dava
para perceber a mistura de classes sociais que se junta em um mesmo espaço. Eu
pensei comigo: - O shopping é mesmo um lugar democrático. – Muito embora que, se
aprofundarmos a análise, a democracia, aqui no sentido de direito de todos,
limita-se apenas ao passeio e usufruto da beleza de toda arquitetura e
decoração encantadora, dentro das lojas apenas os mais abastados atrevem-se a entrar,
os preços das mercadorias se encarregam de esclarecer a quem pertence aquele
espaço da porta pra dentro.
Acho que essa
reflexão toda, embora já a tenha feito antes, surgiu desta vez mais pelo fato
de eu ter recordado que por ocasião de um passeio entre amigos às cidades
culturais nordestinas de Olinda e Pernambuco, grande parte do grupo insistir em
incluir a inda ao shopping, optando por isso ao invés de uma vista panorâmica
das praias. Confesso, fiquei indignada, mas acatei. Tudo em nome da democracia.
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