A minha filha do meio, com dezoito anos, partiu neste sábado de madrugada para o outro lado do oceano atlântico. Assim como na história do filho pródigo, eu não pode impedi-la de ir. Mas, ela foi de uma forma segura, cercada de zelos, para a casa de pessoas amigas e já deu noticias de que chegou bem, de que “a neve é linda” e que a saudade já aperta.
Estou eu, do lado de cá, como todos devem imaginar, com o coração apertado, e dividido. Um lado torce pelo sucesso dos seus planos, para que ela construa a vida que sonha por lá, o outro lado torce para que seja apenas um passeio e que volte logo para casa. Parte de mim acredita que a vida é melhor próxima à família, mas, outra parte concorda com a outra filha – Como podemos dizer que a vida é melhor aqui com tanta violência e insegurança pelas ruas? – É difícil mesmo concorrer com o lugar para onde ela foi, onde o índice de violência é praticamente 0 e o padrão de vida é um dos melhores do mundo.
Nesse caso, o meu lamento é em dobro. Resta-me pouca defesa para argumentar em favor do nosso país. Muito pouco fora a sua beleza natural e a beleza de muita gente que ainda há para se considerar. Infelizmente o argumento da insegurança é imbatível e sentimo-nos impotentes diante dessa realidade. No fundo, o nosso coração de mãe, que deseja sempre o filho por perto, diante dessa realidade, seguindo o seu instinto, só pode desejar colocar os filhos no lugar mais seguro que encontrar. Mesmo que seja diante dela.
O que eu posso querer para a minha filha? O amor acaso não é incondicional? Ninguém é louco para afirmar que é fácil conviver com a separação. Toda separação é dolorida e tradando-se de filho a intensidade da dor parece ser triplicada. O único alivio é a certeza do bem estar dele. A felicidade dos filhos é o bálsamo para tratar qualquer sofrimento do coração materno, toda mãe sabe disso.
Assim, compartilho com vocês essa saudade. E ainda me considero uma pessoa de muita sorte. Muitas mães, não tem, como eu, a esperança de reencontrar mais seus filhos nem condições de conversar com eles, ainda que seja à distância, pois a violência já os levou para sempre.
Não era para ser assim.
5 comentários:
Ivana,
Mãe sofre sente, nem podia ser de outra forma, mas eles precisam agarrar a vida.
Que tudo dê certo para a sua filha!
Beijo :)
A vidaé uma íncógnita,perversa até;mas,quando chega o momento de distanciarmos de nossos entes,é nescssário reunirmos nossas forças e agradecermos o melhor para eles.
Amiga!
As vezes eu penso que nascemos só e passamos a vida nos preparando pra voltar só, né mesmo?
Na verdade não devemos prender os filhos pois corremos o risco de estar cortando seus projetos de vida...então o melhor mesmo é tentarmos dar o máximo de alicerce pra que eles tenham boa estrutura pra contruírem suas vidas, torcer por eles pra que sofram o mínimo possível neste mundo louco e estarmos aquí pra acolher caso precisem voltar porque o amor que construimos, doamos e recebemos
é pra sempre. Por tanto amiga, obrigada por partilhar sua saudade e garanto a vc que logo ela ficará amena e se transformará em desejos e energias boas e aliadas pra que ela seja feliz e realize pelo menos parte dos sonhos. Um grande bj em sua alma... ah1 Un xêru bem cearense tb.
Ivana eu sei o quanto doi a saudade do filho ausente, mas como disse sabiamente a amiga Remedios, não podemos prender os filhos precisamos deixa-los tentar deembora nos custe muitas lágrimas. Sei o quanto está lhe custando essa separação mas creia no sucesso Um gde abraço.
Belas palavras, Ivana.
Conforme seu coração com o pensamento que ela estará bem por lá, e feliz por ela esta conseguindo realizar seu sonho, já já veremos Emmyle entre as 10 mais do mundo.
Fica com Deus!
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