Estou devendo este texto à minha amiga Remédios do Blog RECRIAT e só agora tive condições de postar.
Eis aqui a minha opinião a respeito de um fato que vem ocorrendo em Fortaleza CE, a violência entre os jovens no interior das escolas.
Confirmando as informações da minha amiga, verifiquei em um jornal da cidade que até o dia 22 de junho foram confirmados 06 casos de violências em escolas de Fortaleza que culminaram em mortes. Em um desses, segundo o jornal, duas adolescentes, irmãs gêmeas, foram esfaqueadas dentro da escola por outra colega de 17 anos, uma não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
Remédios refletia junto comigo sobre o que pode está acontecendo para causar essas ações que agora estão se tornando frequentes.
A principio, todos sabemos que a escola apenas reflete e confirma o que está acontecendo na sociedade e que os desajustes sociais com os quais convivemos diariamente provam a cada dia que é impossível viver individualmente, cercado de conforto e riquezas sem ser atingido por eles, de alguma forma.
Os cadeados em nossos portões; os alarmes; carros blindados e o crescente índice de empresas do ramo da vigilância, nada disso tem sido capaz de deter com total eficiência essa lógica de que somos interligados uns aos outros. Se eu me beneficio sozinho, de alguma forma os excluídos chegarão ao meu conhecimento.
Sobrou para a escola uma missão impossível de ajustar o que toda a sociedade desajusta.
Não resta dúvida de que a violência corresponde a uma ausência de educação. Mas não se trata apenas de uma instrução cultural, que é o papel da escola, trata-se de uma educação ampla, também emocional e espiritual. Esse deveria ser o papel da família, mas hoje erroneamente está sendo atribuindo apenas à escola, pela incompetência dos governos de garantir uma melhor condição de moradia, saúde, segurança; oportunidades de trabalho e orientações às famílias.
Porque o ser humano reage com violência? A essa pergunta é possível responder observando a própria evolução da humanidade.
A evolução da raça humana, em certo ponto, corresponde a evolução individual do homem. As primeiras espécies humanas evoluíram da mesma forma que uma criança, se ergueram e caminharam sobre as duas pernas, depois de conquistar pouco a pouco maior domínio sobre o seu corpo.
Igualmente observa-se com relação a oralidade, enquanto não a desenvolvem, tanto a espécie humana em geral como a criança por volta dos 02 anos de idade ainda fazem uso da violência para expor seus desejos e se defender. Na criança é muito comum empurrões e mordidas para disputar um brinquedo, por exemplo. À medida que aprendem outros meios de se comunicar, principalmente o oral, as reações corporais vão cedendo para o diálogo e outras formas diplomáticas de resolver os conflitos.
A pessoa que ainda faz uso da violência para impor seus desejos; reagir ou defender-se demonstra que não alcançou tal evolução.
Para evoluir sabemos que é necessária aprendizagem e que é imprescindível as relações com objetos, pessoas, ambiente e informações que contribuam para a construção dessa aprendizagem. Mas essa aprendizagem, embora tenha na escola um espaço favorável carece principalmente do alicerce familiar.
Se as crianças e jovens não tem esse alicerce é impossível uma construção solida. Assiste-se a um desequilíbrio total de caráter que culmina com essas ações de violência. Se procurarmos as famílias desses jovens, possivelmente compreenderemos que eles são apenas espelhos do ambiente em que são criados.
Qual é a saída, então? Com certeza a educação. Reconheço que muitos programas estão sendo desenvolvidos nas escolas, mas essa instituição sozinha jamais conseguirá.
É necessário investir também no apoio e orientação às famílias para que cumpram o seu papel. Um programa de parceria entre os sistemas escolar, de saúde, de assistência social e de policia preventiva, com amplo apoio e condições oferecidas pelos governos, poderia ser o caminho mais eficiente.
As nossas crianças e jovens precisam se educar; os nossos professores necessitam de segurança e de apoio e as escolas carecem urgentemente de reforço e contribuição para continuar o seu papel.
5 comentários:
Amiga esse textoé realmente é muito importante Não é só a escola que vai conseguir educar , tem que comaçar em casa. Se em casa só tem conflitos as creianças e adolessentes levam pra sala de aula o que vivem em casa.
Hoje a maioria dos pais deixam toda responsibilidade para os professores a começar das criancinhas de tenra idade nas creches.Só Deus pode consertar tanto desequilibrio nas familias Mais uma vez lhe parabeniso pela postagem
um abraço da amiga
É um tema muito preocupante mesmo.Há muito o que se falar, temo ter me estendido muito. Depois talvez dê uma enxugada no texto. Obrigada pela contribuição Vovoó Cibernética. Um abraço.
Olá, amiga querida! Desculpe por não ter vindo antes a "sua casa" a qual gosto tanto, mas eu tive problemas com o PC e só hoje estou de volta. OBRIGADA,OBRIGADA!! Seu texto sobre a violência nas escolas daquí está perfeito, muito esclerecedoe por isso só tenho a lhe agradecer e dar parabéns. Eu sabia de sua competência, de seu conhecimento e sensibilidade na abordagem desse assunto.Concordo plenamente com você, pois este problema tem raiz na falta de estrutura familiar, social e espiritual e acho uma pena que pessoas como você não sejam lidas por uma camada mais ampla da nossa sociedade. Infelizmente aquí estão surgindo cada vez mais notícias de violências nas escolas inclusive de bullings... É um assunto sério e grave que necessita de atitudes preventivas e corretivas com urgência e creio que por parte de todos.Acho que qualquer atitude nossa contra esses absurdos é uma semente que poderá dar bons frutos no futuro.Mais uma vez obrigada por, querida, por me atender e por fazer um trabalho tão valoroso pra nossas famílias e sociedade. Um grande bj em seu coração.
Fico tão feliz em saber que consegui passar alguma mensagem. O que importa realmente é suscitar o debate, a reflexão e, quem sabe, uma tomada de atitude. bjs minha querida. Obg pelas suas palavras de gentileza.
Ivana voce não tem porque me agradecer,eu é que lhe agrdeço por aceitar meus comentários. Voce é realmente uma educadora que sabe reenvidicar os nossos direitos. Que bom se houvesse mais pessoas assim como voce,talvez houvesse mais providencias. Um abraço carinhoso
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