Adoro essas coincidências, eu estava justamente pensando sobre esse assunto e, de repente, assisto na tv um debate sobre o mesmo.
Antes de apresentar a minha teoria sobre felicidade (creio que cada ser humano tem a sua), devo confessar que nunca havia pensado nela da forma como estava sendo exposta.
Se eu esclarecer que o tema felicidade estava sendo discutido por economistas, vocês podem bem tirar conclusões a respeito de que eles a relacionam. - É isso mesmo, para a economia a felicidade de uma pessoa está relacionada à sua satisfação traduzida no bem estar proporcionado pelo poder aquisitivo financeiro.
Segundo eles alguns governos até contratam economistas para calcular o nível de felicidade do seu povo. Este estudo está relacionado à Teoria Econômica da Felicidade. A teoria se baseia, praticamente, na análise de satisfação manifestada pela população por ter seus desejos realizados ou por experimentar bem estar e conforto.
Como se trata de uma felicidade relacionada à área da economia, embora continue sendo uma questão subjetiva, é medida diretamente pelo índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), cálculo utilizado com o objetivo de avaliar a atividade econômica de uma região. Ou seja, se a região apresenta um índice econômico elevado, o povo dali é declarado feliz, do contrário, não há felicidade considerada.
Será mesmo possível medir-se dessa maneira a felicidade?
Já ouviu uma pessoa pobre considerar-se feliz? Se a sua resposta for positiva, as hipóteses para isso pode ser: Trata-se de uma pessoa iludida ou ignorante, ou seja, ela não entende nada de índice econômico e por isso acredita ser feliz. Podemos considerar também a hipótese de que a felicidade é um estado de espírito que pode não estar relacionada ao poder aquisitivo, mas, às sensações positivas experimentadas por tal pessoa.
A questão é: dificilmente alguém pode afirmar ser feliz não tendo saúde, passando fome, sem ter onde morar, sem estudos, sem progresso pessoal... Ou seja, sem uma infinidade de necessidades básicas que garantam uma sobrevivência digna, confortável e saudável.
Infelizmente sabemos que tudo isso, na nossa civilização tem um preço, um preço alto, diga-se de passagem, e é cobrado através de um papel chamado dinheiro. Daí a relação entre felicidade e poder aquisitivo.
Seria diferente se todo cidadão tivesse por direito, ao menos, o mínimo necessário para atender as suas carências obvias para viver dignamente. Mas não tem, sabemos disso. Embora, geralmente, pague por esse direito através de altos impostos que lhes são cobrados desde a hora que nasce.
A minha teoria de felicidade concorda em parte com essa necessidade em se ter supridas as carências e o bem estar, mas acredito que ela se completa apenas quando você se propõe ao papel de ajudar ao seu semelhante.
Aliás, eu não vejo outro motivo maior do que este para se haver nascido, que não seja o de servir aos outros.
Não posso conceber uma felicidade completa de um enquanto outros estão a mercê de um sofrimento involuntário. Essa sim me parece uma felicidade ilusória.
Se a minha teoria parece utópica é porque a pessoa que a avalia desta forma ainda não foi capaz de refletir sobre o motivo de existirmos nesse planeta que mais parece uma poeirinha cósmica, vagando na imensidão do universo. Todo escavacado e rateado entre os mais sabidos. Estes, mesmo ajuntando o maior montante de riqueza que for capaz de conseguir, de nada lhe será útil quando a morte chegar e tudo ficará para trás como se nunca houvera existido.
Analisando a soberba de alguns, às vezes chego a achar ridículas as pessoas sentindo-se importantes por estar no interior de uma lataria luxuosa que foi inventada unicamente para suprir a nossa deficiência humana de locomoção. Sim, por que se fôssemos mesmo os “fodões”, perdoem-me o palavrão, não nos arrastaríamos pelo solo, flutuaríamos independentes de parafernálias.
Para mim a felicidade é pessoal e relativa. Penso que a felicidade pode ser bem medida pelo caráter da pessoa. As de maus caráteres são naturalmente egoístas e sua felicidade se relaciona, unicamente, com o TER. As que têm bom caráter associam a sua felicidade, principalmente com o SER.