Maior solzão, praias lindíssimas..Desculpa a invejinha tá? Fui a praia nesse período de férias.
Também sou filha de Deus.
Praia de Maracajaú, a mais ou menos setenta quilometros daqui de Natal.
Passei três dias lá, descansando. Aproveitei de tudo.
Todas as manhãs curtia a praia; o sol; brincava com Samuel de guerra de areia e de pular ondas.
A tardinha a gente passeava, mamãe; a minha irmã e o seu netinho iam junto. Ao nosso lado, seguia o mar e o vento maravilhoso, aquela brisa da tardinha, que traz uma preguiça danada.
A noite era refresquente e o barulho vindo da escuridão do oceano trazido pelas ondas ajudavam a embalar o sono e serenava a alma.
Não pretendo estragar o clima, mas, gostaria de contar uma coisa que me chamou atenção.
A praia, uma antiga colonia de pescadores, como a maioria é, tornou-se um polo turistico. Todos os moradores, de certa forma, estão envolvidos, oferendo produtos e serviços aos visitantes.
Assim que chegamos, fiquei perdida, não sabia direito o caminho para a casa onde a minha irmã estava.
Parei para pedir informação e um morador logo me indicou: - Pergunte aquele ali – disse-me apontando para um moço que vinha em nossa direção – Ele é guia turístico daqui – concluiu.
Quando o guia turístico se aproximou do carro, descalço e sem camisa, abriu imediatamente um largo sorriso profissional. Não pude evitar o pensamento: - Coitado! - quando reparei na sua boca uma fileira de dentes alternando com espaços vazios.
Mensionei para o profissional o ponto de referência que eu procurava e ele deu-me as orientações: - Tá vendo essa estrada – apontou para um caminho de barro por dentro do mato. – A senhora segue por ela até encontrar outra, entra a esquerda e depois a esquerda novamente, segue mais um pouco que chegará lá. – Segui.
Nunca vi uma estrada tão longa que não chegava nunca, a lugar nenhum.
Quando compreendi que estava mais perdida do que antes da orientação do guia, decidi voltar todo o caminho, para o início da cidade.
Por sorte a amiga da minha irmã encontrou-me e me guiou, finalmente para o lugar certo, que ficava apenas há alguns metros de onde eu parei para pedir informação.
Pois, bem. Quando finalmente comecei a usufruir da praia, foi que comecei a prestar a atenção nas coisas direitos.
A maioria das casas à beira-mar tornaram-se restaurantes e bares. Algumas residencias, as vezes bem humildes, tinham na fachada uma placa escrita: POUSADA.
Os jovens da cidade, muitos deles, trabalham agora para uma grande empresa que faz passeio de barco para os “parrachos” e mergulhos com os turistas.
Os mais velhos ainda pescam, só que os peixes agora são caríssimos, oferecidos nos cardápios refinados dos restaurantes.
As senhoras da praia conseguem sempre um jeito de ganhar dinheiro fazendo faxina e tomando conta das casas dos “gringos”.
O que eu achei realmente interessante de tudo o que vi é que o produto que todos eles oferecem, como algo raro e encantador, é simplesmente, nada mais, nada menos, que o desfrute da natureza.
Alguns desses turistas passam toda a vida se matando de trabalhar para ter condições de um dia poder estar lá, “rico”, aproveitando a natureza bucólica e sendo servido pelos povo simples que até já aprenderam a falar inglês, para melhor oferecê-la.
Felizmente, para mim, diz um velho ditado – “Mais vale um amigo na praça do que dinheiro na caixa”. Sei que é um consolo, mas como não sou rica, “ainda”, aproveito as oportunidades oferecidas pelos amigos para usufruir também um pouquinho das maravilhas da natureza.
Essa natureza que recebemos gratuitamente e depois torna-se tão cara desfrutá-la.