Um evento de desfile de modelos que, segundo informações de alguns, seria para a abertura da nova novela da rede Globo de televisão, ocorreu ontem em um shopoing de Natal.
Quem se atraveu a ir e chegou lá atrasada, assim como eu, deparou-se de imediato com um gongestionamento insano de veículos logo na entrada do estacionamento. Não havia, literalmente, lugar algum que pudesse deixar o carro. Tive que me virar, acabei deixando o meu em outra loja, na outra quadra, tendo que descer uma escadaria de salto alto, atravessar uma rua e, pra quê? Pra nada!
Não consegui ver nada além de muitas cabeças olhando para baixo, pela varanda central do shoping, em direção ao piso inferior. Consegui descer, junto com as minhas filhas, pelo elevador de serviço, ao lado de um tambor cheio de lixo, seu cheiro se misturava com os perfumes das pessoas elegantes e bem maquiadas que dividiam o elevador com a gente.
O Shoping era, nesse momento a descrição fiel de um formigueiro: centanas de formiguinhas nervosamente indo enfileiradas de um lado para o outro esbarrando nas que vinham em direção contrária.
O que “Diacho” eu estava fazendo lá? Acompanhando uma filha modelo. O que mais seria? Vi muitas dessas mães lá. Nunca vi juntas tanta menina, em saltos altissíssimos para ganhar mais centímetros de altura, “maquiadérrimas” e sorridentes, sempre prontas para tirar fotos.
A minha presença está explicada. Mas, o que poderia estar fazendo ali, no meio do formigueiro, anonimamente, a ex-secretária de educação do municícpio de Natal?
Eu que tive a possibilidade de outrora assisti-la poderosa comandar milhares de pessoas, com uma postura e uma aparência visual clássica . Não posso negar que naquela época essa mulher causou em mim uma impressão de extrema admiração.
Vê-la hoje, sem seu penteado, sem maquilagem, sem salto alto e funcionários prontos a atender seu comando de voz, atiçou em mim uma curiosidade que vem me remoendo. Para onde vâo todos os chefes quando o governo da oposição assume?
Lógicamente são descartados. Para cargo de confiança não importa no primeiro plano a capacitação mas a fidelidade ao governante.
É obvio que todo ser humano necessita estar cercado de pessoas que mereçam a sua confiança para poder produzir e para viver tranquilo. É obvio também que alguns governos conseguem escolher entre os de sua confiança o que são realmente capacitados para os cargos, outros, infelizmente não.
Mas, não deixa de ser interessante assistir a tantos chefes que chegam poderosamente saírem depois para o anonimato, até a próxima cena , quando seus candidatos se reelegerem e eles ressugirem das cinzas, novamente com carrões à sua disposição e empregados submissos para atender as suas ordens.
Resta aos subalternos acatar o velho ditdo “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Não consigo ficar tão acomodada, acho que meu juízo não é lá essas coisas não?
2 comentários:
Não sei como colocar um riso meio irônico que tive enquanto lia!!!!! As pessoas em chefia devem se lembrar sempre que elas não são o cargo, embora possam lhe dar respeito, mas elas são bem maiores do que estes, efêmeros e traiçoeiros. Gostaria de ter visto a cena e vc tá louca não!
Gostaria de ter visto a cena (2)
Parabéns , belo texto !
Ass.: Tathyana varela
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