Embora
essa história tenha um início e um fim nela mesma, vou propor no final um novo
título que nos remete a história anterior.
A
minha amiga compartilhou comigo os conflitos na hora da decisão de ir embora,
de se separar, de transformar o presente em passado, de mergulhar na incerteza
do futuro.
Contou-me
que, inexplicavelmente, durante toda a semana imagens de borboletas estavam
chegando até ela, através de mensagens na mídia e outras situações, até que,
num momento em que estava arrumando as suas bagagens, uma borboleta entrou
voando pela janela do quarto e pousou sobre a sua mala. Ela disse que a
borboleta permaneceu lá, parada, até que, no dia seguinte amanheceu morta no
chão.
Perguntei-lhe
o que significava isso para ela. A resposta que me deu foi – A borboleta é um símbolo
de transformação. Ela deixa de ser lagarta e cria asas se transformando em novo
ser, mais belo.
Diante
dessa sua reflexão, propus outra – O que poderia então significar uma borboleta
que, mesmo tendo asas, ficou parada no mesmo lugar até morrer?
Ela
deu-me uma resposta em forma de abraço.
Nos despedimos
emocionadas com a analise que conseguimos construir.
Agora
vem aquela parte onde propus um novo título relacionado a história anterior
quando tratamos sobre a “Sindrome do Ninho”, penso que aqui estamos a um passo
mais adiante, numa tentativa de transformação do ninho em galho. Isso não pode
ser somente uma decisão.
Há
muitas outras conjecturas em ação.
O
próprio ninho pode se opor a fazer esse papel; podemos realmente não estar preparados
para voar; podemos não haver ainda internalizado a sabedoria dos urubus, de que
agora os galhos bastam para nos proteger e nos mantermos nos ninhos não
justifica.
Assim,
o título agora seria “Da superação do ninho ao medo do vôo”.
O que
pode parecer um retrocesso, só em haver sido cogitado, representa um avanço.
Sigamos.
Quem
sabe na próxima eu escreva “Entre borboleta e urubu”. Pensando em qual deles,
de imediato, escolheríamos para nos assemelhar e porque. O que cada um pode
representar? Em que se assemelham e em que se diferenciam um do outro?
( E a borboleta ignorando as asas decidiu que continuaria a rastejar)