A violência chega na escola como
uma lama que vem escoando de uma sociedade desestruturada, mal educada, mal
assistida pelos governos e mal representada pelos políticos que ela própria
legitima. Esse lamaçal desgovernado pega
os professores e funcionários despreparados.
A escola pede socorro. E já pede há
muito tempo, mas, agora agoniza.
É muito comum hoje em dia a gente
se encontrar frequentemente com colegas professores afastados por doenças
psicológicas, com transtornos como depressão,
ansiedade, distúrbio bipolar e esquizofrenia. Isso é muito triste de se
constatar.
Não basta salários baixos, escolas
sucateadas, falta de apoio e de material para trabalhar, não basta o atraso
tecnológico da maioria das escolas, os professores agora são reféns de crianças
e jovens desconstituídos de valores humanos. Esses alunos que por pouco, ou por
nada, explodem, agridem e matam seus professores, seus colegas e qualquer
pessoa que de alguma forma contrariá-los.
E os professores, por sua vez,
nessas condições de trabalho, não têm a mínima condição de compreender os alunos,
de auxiliá-los na recuperação dos valores.
Como a escola pode cumprir o seu
papel se nem ela mesma reconhece mais qual seja?
Nos últimos tempos o que vemos assistindo é a
negligência no papel da família; no papel ou função dos órgãos de saúde, de
segurança e etc. Assim, a escola, além de não contar mais com nenhum apoio dessas
instâncias tem sido colocada na obrigação de cobrir as suas faltas.
Como educar os filhos de pais mal
educados? O trabalho do professor se assemelha ao da artesã que constrói um
tapete de crochê e a cada dia se esforça para ampliar o produto construindo algumas
carreiras, mas, para o seu desespero, na casa do aluno o crochê é desmanchado, perdendo-se
todo o trabalho.
Não há saídas?
É claro que há. Mas não é a
escola sozinha que dá conta. É preciso que cada um cumpra o seu papel. A escola precisa de parcerias para atender as
necessidades desses alunos e trabalhar a família também.
A escola precisa, antes de tudo,
de professores que se sintam valorizados que se mostrem comprometidos,
preparados e sensíveis para lidar com esse problema social que é a violência em
nosso país.
Os caminhos são construídos,
principalmente, ouvindo os próprios alunos e contando com eles para provocar as
mudanças.
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