Aproveito o desabafo do aluno para denunciar um modelo de educação
que predomina na Universidade Federal do Rio Grande do norte e que,
definitivamente, caminha na contramão da história.
Refiro-me a uma didática ultrapassada praticada pelos professores,
que se impõe diante dos alunos com o autoritarismo visto na “época da
palmatória”.
Os professores da UFRN, com algumas exceções, óbvio, parecem
realmente sentirem-se “ os imexíveis”, como diria o
ex-ministro do Governo Collor.
Parece que a avaliação que fizeram para
obter o acesso como professores universitários tem um valor de “eternidade”, ou
seja, eles podem ser maus professores à vontade. Danem-se os alunos que não
podem fazer nada com os senhores e senhoras concursados.
As alegrias que tive quando cada uma das
filhas conseguiu entrar para a UFRN foram se esvaziando junto com o desencantamento
que elas passaram a ter ao se verem diante de professores que limitam-se apenas
em passar cópias e cópias de textos para o aluno ler e depois fazer trabalhos e
provas.
Sinto-me como elas, de pés e mãos atados.
Quando eram pequenas e, por acaso, se detectava qualquer problema na escola
onde estudavam, era fácil de resolver, bastava eu ir lá, conversar com a
coordenação e com as professoras para tudo se resolver através do diálogo. E na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como ocorre esse diálogo?
Precisamos ouvir os nossos alunos. No
desabafo do aluno que me inspirou a escrever sobre isso, percebemos que os
Coordenadores de cursos não podem fazer nada, ou seja, são impotentes diante
das suas majestades os “professores federais”.
Lamento demais estar falando dessa forma
de pessoas que deveriam somente merecer a nossa admiração. Alguns deles,
felizmente ainda se mantêm assim. Esses são os verdadeiros mestres, os sábios.
Os demais, que se colocam na classe dos
orgulhosos e prepotentes, como se ocupassem “a cadeira dos imortais”, nos
revoltam e são os motivadores de tanta desânimo dos jovens para concluírem um
sonho que acabou tornando-se um pesadelo.
Esse modelo de Universidade deve ser
urgentemente revista.
Ao mesmo tempo que leio a publicação acima no facebook, ouço vindo
da tv a notícia de que de agora em diante só poderão ser efetivados como
professores universitários os que tiverem diplomas de doutorados.
Espero que isso signifique alguma boa mudança, embora invista muito pouco
crédito nessa esperança pois alguns “mestres” também são “mestres” em demonstrar na teoria o
quanto são bons e quando chegam na prática não correspondem ao que teorizaram
profissionalmente a respeito de si.
O que deveria se garantir sobre, não
apenas os professores universitários, mas todos os funcionários públicos
concursados era a avaliação constante de seus trabalhos e, se comprovada a sua
ineficácia, como qualquer empresa, fossem demitidos.
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