domingo, 6 de janeiro de 2013

‘’A HORA DA ESTRELA”


Esta semana, “zapeando” pelos canais da tv, como se diz popularmente, dei com um filme nacional que a principio me prendeu pela estranheza completa que me causava na medida em que o assistia. Os seus figurinos, os diálogos e até a direção de imagens, totalmente estranhos e interessantes.

 Pois bem, o filme, cujo título eu ignorava, prendeu a minha atenção, a da minha filha e do seu namorado. Principalmente pelo sentimento cômico que nos provoca diante das tragédias enfrentadas pela personagem principal. Chegava a doer a nossa consciência por achar tão engraçado as tristezas da pobre moça.

Acontece que acabamos não assistindo ao final do filme, saímos antes para tomar açaí. Na verdade, não fizemos nenhum esforço em ficar porque prevíamos que o seu final não deveria ser nada bom para a pobre da apersonagem. Mesmo assim, o filme ficou tão marcante que Alguns diálogos dele ficaram pregados na nossa mente (assim, daquela forma como algumas músicas fazem) e a gente saiu repetindo eles dentro do carro e dando boas risadas. Uma das falas muito engraçada, por exemplo, é a dela tentando puxar assunto com um possível pretendente a namorado: “ - Eu gosto tanto de pregos e parafusos.” Tem muitas outras nesse estilo. É muito engraçado mesmo.

Fiquei muito curiosa para reencontrar depois esse filme e resolvi pesquisar na internet. O que descobri me causou espanto. Não sabendo o título, digitei na pesquisa do Google “filme nacional personagem feminina Macabea”. Qual foi o prazer da minha descoberta, trata-se de um filme baseado no último livro publicado de Clarice Lispector, intitulado “A hora da estrela”.

“A Hora da Estrela é o penúltimo romance e último livro publicado em vida pela escritora brasileira Clarice Lispector. O romance narra a história da datilógrafa alagoana Macabéa, que migra para o Rio de Janeiro, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. O livro possui duas temáticas: é uma obra sobre a vida de uma retirante na cidade grande, mas também uma reflexão sobre o papel da escritora na sociedade antiga. É talvez o seu romance mais famoso, sendo adaptado para o cinema por Suzana Amaral em 1985.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Hora_da_Estrela)

   
Depois dessa descoberta passei a assistir algumas entrevistas realizadas com Clarice Lispector e fiquei ainda mais encantada. Ela, com aquele seu jeito estranho de falar, fez-me identificar comigo mesma, quando se descreve como escritora ao dizer, entre outras coisas, que nunca teve a pretensão de ser uma escritora profissional, que pretende ser “sempre amadora”, escrever sem compromisso com ninguém.

Se eu pudesse, era assim mesmo que eu queria ser, obvio que estou longe da pretensão de me comparar a ela, mas, é mesmo assim que eu me sinto.  Gosto de escrever movida apenas por minha vontade. Embora saiba que na Blogosfera, se não mantivermos um ritmo de publicação, isso acaba afastando os leitores.

Falando ainda sobre o filme, aconselho que vale a pena mesmo conferir essa pérola do cinema brasileiro. Soube que o filme “A hora da estrela” foi bastante premiado fora do país. Você poderá comprovar que os atores principais dão um verdadeiro banho de interpretação e consegue nos envolver completamente com a trama toda da história.

No Youtube tem o filme completo. O link é
http://www.youtube.com/watch?v=376JgN-2cEc

Quanto a Clarice Lispector, pretendo conhecer mais sobre essa figura emblemática da nossa literatura. Ouvindo-a falar compreendemos que as suas obras traduzem mesmo o “intraduzível” que ela era também para si mesmo.
Apaixonante.

2 comentários:

by FMott@ disse...

Eu também me considero uma escritora amadora e, longe de comparar a Lispector também quero ser livre para escrever como eu quero e do jeito que quero. Ah quanto ao filme eu já assisti e li um pouco sobre ele e a obra que deu origem ao mesmo. Parabéns pela postagem, net também é cultura.

Célia Buarque disse...

Obrigada pela dica... Vou assistir o filme.

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