sábado, 28 de janeiro de 2012

POR QUE SER ATEU?


Ninguém, necessariamente precisa crer na existência desse Deus concebido pelos cristãos para tornar-se uma pessoa boa. Isso é fato. Embora seja preciso alertar que para muitos, cujo nível de ética não alcança ainda o ideal para garantir um convívio humano honesto, justo e solidário entre os seus, a religião é a única porta de entrada para sensibilizar a sua alma. E, nesses casos, tirando-se isso dessas criaturas, sem nada mais sólido para repor e garantir a mesma eficácia comete-se um crime tão cruel quanto o de deixar órfão e desamparado uma criança que acaba de vir ao mundo.

Que valia tem para mim, questionar a ignorância dos que acreditam em Deus, simplesmente pelo fato de não haver tecnicamente provas da sua existência, quando eu próprio prego com fervor a minha crença de que não existe Deus algum, sem, da mesma forma, ser capaz de apresentar respostas para muitos questionamentos pressentidos nas experiências humanas?

            As questões existenciais que afligem a nós, os seres racionais, nos acompanha desde que teve inicio a nossa evolução para nos tornarmos humano. Fazemos da nossa pequena existência particular, de pessoa comum, e a daqueles que convivem conosco, algo tão importante que é difícil crer na ausência total de uma razão especial para esta vida que não seja simplesmente a de nascer fadado a morrer com se nunca tivesse existido.

Pensar que tudo foi criado sem nenhuma motivação é tão difícil de acreditar quanto ao contrário, se passarmos, por exemplo, a avaliar na inteligência que há na programação da própria evolução da espécie humana. Quando começamos também a observar na perfeição matemática dos ciclos da natureza; na tecnologia avançada do cérebro humano e de todo o funcionamento da máquina que há por baixo desse revestimento de carne, percebemos ser tudo tão incrível que fica difícil despirmo-nos de toda a sensibilidade e da própria razão para afirmar categoricamente tratar-se apenas de uma evolução sem propósito nenhum.

Longe de mim ser uma religiosa. Não sou esta. Não defendo a adoração e a veneração de um Deus. Até porque, aos que defendem a existência de um Deus pai perfeito, cabe indagar que perfeição é essa quando este “ser” que pregamos prefere ser exaltado orgulhosamente acima de seus próprios filhos? Sabemos que até nós humanos, imperfeitos que somos, quando verdadeiros e amantíssimos pais, com certeza não nos sentimos confortável diante daqueles que ignoram o valor dos nossos filhos atribuindo somente a nós, os pais, a honra e o mérito por todas as coisas.

Na minha total ignorância, eu creio. Creio em um Deus todo poderoso que não está no céu, mas que existe em cada ser humano numa ligação profunda que foge ao meu alcance a compreensão de tal. Todavia, acho impossível conceber que somos frutos do acaso e que todo o esforço que cometemos para evoluir quando passamos por essa existência é com um propósito unicamente de vaidade ou de bem estar próprio, passageiro e efêmero.

Coloco na mesma balança de intolerância os crentes e os ateus.Prefiro a ignorância dos que não se conformam com dogmas e, embora admitindo o limite da sua compressão, buscam constantemente respostas, à ignorância dos “sábios” alienados proclamadores de crenças que se empenha em derrubar todas as outras se elevando como a única e verdadeira. Seja esta crença na defesa ou na negação da existência de Deus. 



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A LUTA POR UMA VAGA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Hoje, 24 de janeiro, foi o primeiro dia previsto para matrículas na rede municipal de ensino de Natal RN e, como sempre acontece, acabou sendo o último. Trinta vagas foram oferecidas no Centro Infantil Saturnina Alves, localizado na zona oeste. As pessoas começaram a formar a fila desde á tarde de ontem, dispostas à enfrentar a noite chuvosa para garantir ao amanhecer a vaga para matricular seus filhos. Cadeiras, lençóis e até colchões, compunham um quadro cruel que se repete em quase todas as unidades publicas de ensino por todos os anos.
Ás sete horas da manhã, horário previsto para o inicio das matriculas as fichas foram distribuídas, excluindo todo um restante que acreditando na sorte teimaram em arriscar a uma vaga e no final contabilizaram uma noite de sono perdida e a incerteza de como será o ano de 2012 sem ter onde deixar o filho para poder trabalhar.
Sem condições alguma para atender aos excedentes nós registramos os dados de seus filhos em uma lista de espera onde a “esperança” de ser atendido é praticamente impossível. Neste instante, ouvir as necessidades daquelas pessoas gera um sentimento de impotência, tristeza e revolta com toda essa sociedade que não consegue sequer garantir um lugar para acolher e educar as suas crianças.
Parece que não tem muita valia o destaque recebido pela educação infantil na nova LDB, inexistente nas legislações anteriores. Na Seção II, do capítulo II (Da Educação Básica), ela é tratada nos seguintes termos: Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Mesmo desconhecendo a lei, de uma forma ou de outra, aqueles pais parecem reconhecer mais a importância dessa etapa da educação do que os esclarecidos representantes que eles elegeram. Embora isso não represente muita vantagem visto que retornam para casa sem vislumbrar nenhuma arma de luta contra o descaso com as suas necessidades.
Aqui não está apenas um problema do presente, mas, principalmente do futuro. Quem conhece o local e a realidade em que vivem muitas dessas crianças arrisca prever: Á margem da educação elas inevitavelmente acabarão reproduzindo os comportamentos e ideologias dos exemplos que estão ao seu alcance, daqueles que constroem a sua identidade impondo-se através da violência ou, no caso da maioria das meninas, buscando a aceitação dos outros oferecendo o seu próprio corpo.
Diante de tudo isso, mesmo sabendo que esclarecer as pessoas a respeito desta realidade já é uma tomada de atitude, é impossível não experimentar o sentimento de impotência e, arriscando os ares de ingenuidade bradar aos nossos políticos: - E agora, quem poderá nos defender????

PS. Este texto é uma cópia do post publicado no Blog cmeisal.blogspot.com/

sábado, 21 de janeiro de 2012

BOIANDO

Sabe esses dias em que você não está bem?

Que vc se sente, (Desculpe os termos de baixo calão. Só pensei nesses): Que nem m... n’água?

O dia está lindo, mas você está fechada pra ele?

Sabe que o sol lá fora não espera lá fora e mesmo assim não consegue evitar o desperdício dele?

Estou assim hoje.

Aliás, por diversas vezes já me senti assim.

Não tenho vontade de sair e, ao mesmo tempo, não sair representa uma sensação de está perdendo algo.

Dizem que “a vida não é complicada, nós é quem a complicamos”.

Devo estar sendo um bom exemplo para esse ditado.

Vou tentar desembaralhar a minha mente.

Acho que a questão é: Tem muita coisa á ser arrumada ao mesmo tempo. Devo eleger prioridades, sei que esse é o único caminho.

Tenho assumido muitas responsabilidades, algumas que nem deveria.

O problema é: Ainda não aprendi a dizer não. Sofro as consequências disso. Atendo a todo mundo e fico sempre por ultimo, ou nem sobra nada para mim.

Eu sei que me realizo também atendendo as pessoas e dessa forma estou também fazendo bem a mim. Mas, devo ter cuidado para não deixar extrapolar o meu limite.

Isso é meio complexo.

Na verdade, acredito que  muitas vezes o dificuldade está em: Exigir muito de mim e da vida.

Por exemplo, agora mesmo estou lamentando não ter saído, não ter feito isso e aquilo... mas, estou aqui escrevendo, fazendo uma coisa que eu gosto... E isso é bom!

Começo a pensar que estar bem depende muito mais do foco que damos as coisas do que das próprias coisas.

Amanhã será um novo dia e promete ser maravilhoso.

Isso, certamente, dependerá muito de mim. Sou a ponte entre o que é e o que pode ser.




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

POESIA - A SOMBRA QUE ME ACOMPANHA


Não há refugio
A tua tristeza me alcança
Por proteção vim para o lado de cá
Em vão
A tua alma segue a minha como uma sombra
A luz que me guia te projeta ao meu lado
Impossível te evitar
Tenho medo de enfrentar a escuridão
Ah quem dera sempre a luz do meio dia
Quando a sombra não pende para nenhum dos lados
Quem dera a noite não atendesse ao chamado das cigarras
E a escuridão nunca chegasse
Obrigando a luz a projetar em sombras nas paredes
O filme da solidão

sábado, 14 de janeiro de 2012

DINHEIRO, UM BEM DE VALOR RELATIVO

 Já observou como relativamos o que é caro ou barato?

É possível, por exemplo, alegarmos a falta de condição de pagar R$ 50,00 para contratar os serviços de uma faxineira e, todavia, sem pestanejar, adquirirmos um tablete no valor de R$ 300,00, sem peso na consciência.

Pagar R$20,00 por um almoço individual, no intervalo do trabalho, pode ser um motivo para uma indigestão e, no entanto, se a pedida for uma cervejinha no final de semana, esse valor mal dá para começar e isso é capaz de nos parece bem razoável.

Gastar R$ 100,00 reais em um documento no cartório parece razão para denunciar um abuso contra o consumidor, mas se esse dinheiro for pago no salão de beleza tem-se a impressão de que justo.

Na verdade, decidir sobre o que é caro ou barato é mais fácil quando se trata de comparar os preços diversos cobrados por um mesmo objeto.

Mas, se partimos para comparar valores variados entre objetos ou serviços variados, a consideração de que está caro, barato ou justo, vai depender especialmente do valor pessoal que atribuímos ao bem avaliado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

SORTE - ENCONTREI A POESIA PERDIDA

A Minh ‘alma desencantada

Está em paz
Anestesiada
Já não sofre
Tampouco se alegra em nada
Não chora desilusões
Nem trama sonhos mais
Espera o amanhã
Sem atrever-se a tentar decifra-lo
Desconfia dos códigos gerados pelo passado
Deitada á margem da vida
Tenta o descanso
O remanso dos que enfrentaram tempestades
E aguardam a calma do mar
Para voltar a navegar

domingo, 8 de janeiro de 2012

POESIA PERDIDA


Estou aqui
Tentando recuperar uma poesia perdida
Como que recupera a compreensão da vida
Lembro-me apenas o inicio:
“Minh ‘alma ...
Anestesiada...”
Mais nada.

Pena que eu não possa atribuir a ninguém a culpa
Uma poesia, toda escrita, perdi-a por não salva-la corretamente.
Agora fica o vazio, aqui, martelando na minha mente.
Escreverei outras, quem sabe semelhantes; quem sabe melhores.
Aquela, jamais.
Poesias são mesmo assim, que nem a vida da gente.
Se perdidas, nunca mais retornarão
Mas importa se houve lição
 Deixada no sofrimento
Redobra-se as cautelas
Evita-se outros lamentos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

HOSPITAIS PÚBLICOS - O RETRATO DA TRISTEZA E DO ABANDONO POLITICO


Ontem fui visitar uma amiga que estava internada no hospital Walfredo Gurgel, aqui em Natal, RN.

Por telefone, ela me falou que deu entrada há dois dias no hospital com suspeita de um derrame que a deixou com a perna direita paralisada.

Orientando-me como encontra-la na ocasião da visita, explicou que estava em uma cadeira no corredor do pronto-socorro, desde o dia que chegou no hospital.

Custei a acreditar nessa informação, mas me lembrei das reportagens de denuncias que passam constantemente na tv e tive a certeza de que falava mesmo a verdade.

Chegando ao hospital, tentei me preparar psicologicamente para não ficar tão chocada com as cenas que iria assistir.


Pelos corredores, um desfile de abandono e sofrimentos.

Cadeiras e macas espalhadas se apertavam por todos os corredores sombrios do hospital.

Pessoas de todos os tipos, jovens com cabeças e corpos ponteados aparentemente vitimas de acidentes, velhinhos definhando, tomando soro, parecendo abandonados à sorte.

Seguindo uma numeração escrita à mão em papeis fixados nas paredes, cheguei até a minha amiga, que por sorte encontrava-se já em uma maca e não mais na cadeira como havia me falado e por mais sorte ainda, já de alta, aguardando apenas uma medicação para sair daquele lugar de horrores.

Enquanto assistia a essas imagens eu pensava: - Isso daria um bom pano de fundo para as campanhas politicas. Porque os governantes não vêm aqui filmar as suas propagandas de governo que alardeiam tantos benefícios feitos à população?

A cada dia aumenta a certeza de que a para ser um político vitorioso na carreira tem que desenvolver como maior competência ser “Cara-de-pau”, sem ética e sem sensibilidade.

Todo politico e governantes deveriam ser obrigados a utilizar  os hospitais e as escolas públicas, como os cidadãos comuns que o colocaram lá para os representar.



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2012 - FELIZ ANO NOVO!


Desde o natal eu ensaiava algumas coisas bonitas para colocar aqui.

Principalmente para retribuir as lindas mensagens que eu recebi.

Mas, Como diz o livro: “A boca fala do que o coração está cheio”

E o meu coração estava cheio de uma tristeza danada.

Nos últimos preparativos para o ano novo a vontade de ter tudo diferente fez-se a mais importante bagagem para eu carregar.

O simbolismo da data me encheu de coragem para recomeçar.

Descobri a inverdade do poeta em acreditar que “toda maneira de amar vale a pena” e decidi terminar com dez anos de enganos.

Mas deixar um amor, mesmo cheio de defeitos, não é nada fácil.

As lembranças dos bons momentos ampliam a dificuldade para suportar o fim.

A incapacidade de oferecer mais chances assinala a impossibilidade de continuar.

E o coração fica ali, pendurado na velha balança, entre o sentimento e razão.

O fim quando é recente a dor parece eterna.

Se divertir é missão impossível, todas as musicas falam  de nós.

Em dias como esse ficar sozinha não é uma decisão muito fácil para se tomar.

Não tomei.

Menti pra mim e ficamos juntos pela ultima vez.

O ano novo amanheceu assim, uma cópia do ano que findou.

Felizmente, eu sei que a vida não se prende a datas.

O ano novo pode bem recomeçar a qualquer momento.

Basta eu querer.

Então, Feliz ano novo, sempre e de novo.


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