sábado, 6 de agosto de 2011

O PAI PRESENTE OU AUSENTE FAZ ALGUMA DIFERENÇA NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS?


Assim como o dia das mães, comemorado no mês de maio, neste mês de agosto, o comércio e as escolas conclamam as famílias para homenagearem os pais.

Pensando em família, uma coisa que me preocupa é a forma como a sociedade e a própria escola, como parte dela, vem apresentando como “natural” os diferentes modelos ou constituições de familiares.

Considerando que é cada vez mais raro o modelo: pai, mãe e filhos, justifica-se o cuidado para não constranger ou para não incutir a ideia de “menor ou maior valor” de determinada família. Entende-se que as diversas formas de famílias são trabalhadas com o objetivo de levar as crianças e jovens a construírem um conceito de que cada família tem o seu valor primordial independente da sua constituição.

Devemos nesses momentos estarmos atentos para que estejamos, de forma não intencional, construindo valores que levam a crer que o pai ser presente ou ausente na família não faz nenhuma diferença. Defendo que a participação da masculina é tão relevante na educação dos filhos quanto à feminina.

Se me perguntarem o que eu penso a respeito de casais homossexuais que adotam crianças, com todo o respeito que tenho pela opção ou pela condição sexual de cada um, respondo que não sou a favor. Acredito que a figura materna e a figura paterna, mesmo que separados um do outro, mas presente na vida da criança compõe um quadro que é realmente o ideal para o desenvolvimento psicológico da criança e do adolescente.

Reporto-me a minha experiência em um relacionamento onde o meu parceiro, para ficar do meu lado, teve que optar por não ser pai em virtude de eu ser esterilizada, para afirmar que, acredito, deveria ser semelhante à opção de quem vive um relacionamento homossexual. Descobrem-se outras formas de se curtir crianças ou de ampará-las.

Concordo que a humanidade evoluiu e os valores são constantemente reconstruídos. Todavia, nada me convence de que não há evidência de sabedoria na natureza ao selecionar nas espécies mais evoluídas dois gêneros distintos, masculino e feminino, que se complementam.

 Acredito em uma educação onde a figura do pai e a figura da mãe devam ter seus valores particulares reconhecidos como imprescindíveis para que as nossas crianças e jovens compreendam a responsabilidade de se formar uma família. Entendendo que, embora nem sempre os relacionamentos durem por toda a vida, quando um casal se une, a tentativa de fazer dar certo deve ser o compromisso dos dois.

É importante também construir a compreensão de que, uma vez gerado um filho, ninguém deveria ter que assumir sozinho o dever de cuidar e de educar o mesmo, buscando compensar a ausência do outro. Exceto em casos como o de falecimento de um dos pais. Nesses casos, mesmo considerando ser insubstituível a figura da mãe ou do pai, acredito ser bom para a criança contar com alguém que represente essa referência (de gênero) perdida para auxiliar no equilíbrio psicológico.

Pesquisando na internet a respeito desse tema que me propus a discutir, destaquei algumas ideias que corroboram com o meu pensamento sobre a importância da figura paterna e exponho aqui a fim de reafirmar a minha posição.

 (*1)Edson de Assis - Psicólogo pós-graduado em terapia de família, com atuação em psicologia clínica e educacional, apresenta a ideia de que as habilidades e visões diferenciadas entre o homem e a mulher “se combinam de maneira maravilhosa para dar às crianças tudo que elas necessitam”, correspondem ao modelo completo para a aprendizagem da criança. Edson afirma de maneira contundente que:
“Para esse fim, precisamos experimentar com medidas a revigorar o casamento, e ativamente desencorajar ilegitimidade, divórcio e abandono de lar. Enquanto a criação de uma família com apenas a mãe é hoje o principal caminho para a pobreza do lar e patologias infantis, os principais caminhos de saída continuam a ser o casamento e a relação de comprometimento.”

(*2) Bruno Rodrigues escrevendo a respeito da ausência paterna expõe a opinião de que "a figura do pai pode ser representada por outras pessoas, mesmo do sexo feminino”, referindo-se a função de impor limites aos filhos,  bem mais peculiar ao homem. Todavia, em seguida ele ressalta:  
“Mesmo assim, proporcione à criança a presença de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contato seja esporádico. O importante é que haja muito envolvimento afetivo, atenção, carinho e amor. O pai ocupa um lugar especial na evolução psicológica dos seus filhos, desde antes do seu nascimento. A mãe dever procurar por alguém que possa representar a figura paterna tão importante na vida da criança.”


(*3)Laine, apresenta em seu Blog uma pesquisa bem elaborada sobre o tema da figura paterna ausente. Dentre vários autores citados por ela conclui seu texto dizendo que:
“Em síntese, a literatura consultada por Eizirik e Bergmann (2004), evidencia as modificações na estrutura da família contemporânea, os efeitos negativos da ausência do pai e as repercussões decorrentes dessa ausência tanto nos aspectos comportamentais quanto nas vivências emocionais relacionadas com o complexo de Édipo, produzindo variadas expressões de conflitos, defesas e sentimentos de culpa nos filhos sem pai.”


Devo dizer, ao final de tudo, que mesmo reafirmando a importância do homem (pai) e da mulher (mãe) na educação dos filhos, ambos só serão uma referência saudável para as crianças e jovens se apresentarem o empenho em servir de bom exemplo para a formação de seus caráteres.

REFERÊNCIAS:

REFERÊNCIAS DA IMAGEM:
http://blogalize.net/dia-dos-pais-2010.html

8 comentários:

Ivana Lucena disse...

Essa leitura pode ser complementada com o texto TRABALHAR O DIA DOS PAIS NAS ESCOLAS – UMA DECISÃO POLÊMICA. No Blog http://cmeisal.blogspot.com/

Chimarrão disse...

Sem dúvida aluma, as colocações feitas em teu comentário a respeito da importância da figura dos pais, mesmo que separados, na educação e formação do caráter de seus filhos, é sumamente importante, quer no contexto de família, ou de exemplo para seus filhos, uma vez que eles inexoravelmente seguem seus pais como exemplo. Família = pai + mãe. Essa também para mim é a equação mais correta.Abraços e parabéns pela postagem tão atual.

Blog do Alvinho disse...

Claro que faz Ivana, e muito. Acredito que toda criança dve ser criada om mãe e com pai. A ausência do pai é muito importante para o desenvolvimento, criação e educação da criança, principalmente pq a criança sente a falta do pai, pergunta pq todas as crianças tem api e ele não. O pai ntb é mais persistente na criação dos filhos e assim por diante. Obrigada.
Silvana Greice

Jorge disse...

Excelente texto!
Tenho minhas dúvidas quanto ao admitir que a humanidade está evoluindo.
A inteligência avança, mas a aparte moral está estagnada.
Como dar exemplo aos filhos se se dá mais valor a ter do que a ser?
É fácil dizer "faça o que eu falo e não o que eu faço", já que é o que acontece, com frequência.
Concordo plenamente da necessidade das figuras maternas e paternas na educação. Pelo menos, na teoria é o caminho da harmonia.

Minha amiga, uma ótima semana!
Um beijo

Unknown disse...

Muito bom! Certamente que filhos criados sem a figura paterna podem ser muito bem educados e com sólidos valores, mas neste caso cabe a mãe e outros membros da familia preservar a memória ou as qualidades do pai ausente, mostrando sempre a importância da figura paterna ao contrário de colocar a criança contra o pai como se vê com frequencia, pois esta atitude vai formar homens e mulheres que poderão repetir este comportamento inadequado futuramente, formando um ciclo deletério na formação infantil.
Parabéns pela abordagem de tema tão atual e importante.
beijos

vovo cibernetica disse...

Ivana seu texto é muito rico em conhecimento. Concordo com o Jorge que diz quea parte moral está estagnada. Ve-se tanto absurdo em nome de educação que admite até crianças sersm adotadas por casais homoxesuais. Onde está o conseito moral? O pai e a mãe é fundamental na vida de uma criança, não só da criança mas na vida toda tem-se a referencia dos pais.Isto é fundamental sem dúvida
Parabens pelo lindo texto. Bjs

Anônimo disse...

Ivana, em primeiro lugar, parabéns pelo texto, como eu disse a você essa semana, eu cresço muito lendo textos interessantes, como os seus.
Em segundo lugar queria ressaltar que fui criado por pai e mãe(no modelo tradicional) e louvo a Deus por isso.
Mas como eu nasci pra incomodar, rs, vamos lá...
Percebo que os comentários aqui são feitos por pessoas maduras e experientes, portanto me arrisco a dizer que um tanto conservadoras, o que não é nenhum defeito, mas gostaria de levantar uma outra questão que não foi abordada.
É inevitável notar que a sociedade está tomando formas nada convencionais e futuramente sofreremos as consequências desse desastre "natura", no entanto não podemos viver numa utopia de que tudo voltará a ser como antes: Pai+mãe=filho e assim se constitui uma família.
A questão agora é tentarmos reaver a formação de caráter de cada individuo, sem se preocupar com quem os cria. O importante é percebemos que os valores primordiais da característica humana está se esvaindo. O que adianta ter uma pai e uma mãe em casa se ambos desaparecem em busca de uma prosperidade que nunca alcançam? Temos relato de pessoas que dormem 2 horas por dia, estudando e trabalhando em busca de um futuro melhor. A pergunta é que futuro é esse? Pra quem? Se o filho desses pais ausentes estão em baladas servidos de droga e prostituição enquanto seus pais passam 24 horas por dia buscando um futuro melhor.
Na minha humilde opinião o que falta não é afigura de um pai. O que falta é alguém que possa amar de perto, alguém que possa introduzir na criança os principais valores da vida, caráter, honestidade e amor ao próximo.

TRUST disse...

Não encontrei na internet todo o parecer do psicólogo Bruno Rodrigues. Quando que o pai pode ser representado?
Por que tem psicólogo escrevendo exatamente isso em parecer judicial . Quando o genitor quer o convívio e o outro genitor quer impedir.
Em quando a A mãe dever procurar por alguém que possa representar a figura paterna tão importante na vida da criança?

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