Assim como o dia das mães, comemorado no mês de maio, neste mês de agosto, o comércio e as escolas conclamam as famílias para homenagearem os pais.
Pensando em família, uma coisa que me preocupa é a forma como a sociedade e a própria escola, como parte dela, vem apresentando como “natural” os diferentes modelos ou constituições de familiares.
Considerando que é cada vez mais raro o modelo: pai, mãe e filhos, justifica-se o cuidado para não constranger ou para não incutir a ideia de “menor ou maior valor” de determinada família. Entende-se que as diversas formas de famílias são trabalhadas com o objetivo de levar as crianças e jovens a construírem um conceito de que cada família tem o seu valor primordial independente da sua constituição.
Devemos nesses momentos estarmos atentos para que estejamos, de forma não intencional, construindo valores que levam a crer que o pai ser presente ou ausente na família não faz nenhuma diferença. Defendo que a participação da masculina é tão relevante na educação dos filhos quanto à feminina.
Se me perguntarem o que eu penso a respeito de casais homossexuais que adotam crianças, com todo o respeito que tenho pela opção ou pela condição sexual de cada um, respondo que não sou a favor. Acredito que a figura materna e a figura paterna, mesmo que separados um do outro, mas presente na vida da criança compõe um quadro que é realmente o ideal para o desenvolvimento psicológico da criança e do adolescente.
Reporto-me a minha experiência em um relacionamento onde o meu parceiro, para ficar do meu lado, teve que optar por não ser pai em virtude de eu ser esterilizada, para afirmar que, acredito, deveria ser semelhante à opção de quem vive um relacionamento homossexual. Descobrem-se outras formas de se curtir crianças ou de ampará-las.
Concordo que a humanidade evoluiu e os valores são constantemente reconstruídos. Todavia, nada me convence de que não há evidência de sabedoria na natureza ao selecionar nas espécies mais evoluídas dois gêneros distintos, masculino e feminino, que se complementam.
Acredito em uma educação onde a figura do pai e a figura da mãe devam ter seus valores particulares reconhecidos como imprescindíveis para que as nossas crianças e jovens compreendam a responsabilidade de se formar uma família. Entendendo que, embora nem sempre os relacionamentos durem por toda a vida, quando um casal se une, a tentativa de fazer dar certo deve ser o compromisso dos dois.
É importante também construir a compreensão de que, uma vez gerado um filho, ninguém deveria ter que assumir sozinho o dever de cuidar e de educar o mesmo, buscando compensar a ausência do outro. Exceto em casos como o de falecimento de um dos pais. Nesses casos, mesmo considerando ser insubstituível a figura da mãe ou do pai, acredito ser bom para a criança contar com alguém que represente essa referência (de gênero) perdida para auxiliar no equilíbrio psicológico.
Pesquisando na internet a respeito desse tema que me propus a discutir, destaquei algumas ideias que corroboram com o meu pensamento sobre a importância da figura paterna e exponho aqui a fim de reafirmar a minha posição.
(*1)Edson de Assis - Psicólogo pós-graduado em terapia de família, com atuação em psicologia clínica e educacional, apresenta a ideia de que as habilidades e visões diferenciadas entre o homem e a mulher “se combinam de maneira maravilhosa para dar às crianças tudo que elas necessitam”, correspondem ao modelo completo para a aprendizagem da criança. Edson afirma de maneira contundente que:
“Para esse fim, precisamos experimentar com medidas a revigorar o casamento, e ativamente desencorajar ilegitimidade, divórcio e abandono de lar. Enquanto a criação de uma família com apenas a mãe é hoje o principal caminho para a pobreza do lar e patologias infantis, os principais caminhos de saída continuam a ser o casamento e a relação de comprometimento.”
(*2) Bruno Rodrigues escrevendo a respeito da ausência paterna expõe a opinião de que "a figura do pai pode ser representada por outras pessoas, mesmo do sexo feminino”, referindo-se a função de impor limites aos filhos, bem mais peculiar ao homem. Todavia, em seguida ele ressalta:
“Mesmo assim, proporcione à criança a presença de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contato seja esporádico. O importante é que haja muito envolvimento afetivo, atenção, carinho e amor. O pai ocupa um lugar especial na evolução psicológica dos seus filhos, desde antes do seu nascimento. A mãe dever procurar por alguém que possa representar a figura paterna tão importante na vida da criança.”
(*3)Laine, apresenta em seu Blog uma pesquisa bem elaborada sobre o tema da figura paterna ausente. Dentre vários autores citados por ela conclui seu texto dizendo que:
“Em síntese, a literatura consultada por Eizirik e Bergmann (2004), evidencia as modificações na estrutura da família contemporânea, os efeitos negativos da ausência do pai e as repercussões decorrentes dessa ausência tanto nos aspectos comportamentais quanto nas vivências emocionais relacionadas com o complexo de Édipo, produzindo variadas expressões de conflitos, defesas e sentimentos de culpa nos filhos sem pai.”
Devo dizer, ao final de tudo, que mesmo reafirmando a importância do homem (pai) e da mulher (mãe) na educação dos filhos, ambos só serão uma referência saudável para as crianças e jovens se apresentarem o empenho em servir de bom exemplo para a formação de seus caráteres.
REFERÊNCIAS:
REFERÊNCIAS DA IMAGEM:
http://blogalize.net/dia-dos-pais-2010.html