terça-feira, 23 de agosto de 2011

POESIA – NO ESCURO

QUE PENA
JÁ ERA O MEIO DO MEU CAMINHO
QUANDO TE ENCONTREI POR LÁ
EU QUE JÁ ANDEI TANTO
EU QUE SEMPRE FUI TÃO SÓ
ENCONTREI-TE TAMBÉM SÓ
 INICIANDO O CAMINHAR
ARRISQUEI-ME EM TEU CARINHO
ME PUXAS-TES PELA MÃO
 CONVIDASTE-ME A VOLTAR
 LEVASTE-ME AO PARAISO
DESCI AO INFERNO CONTIGO
ABRI MEUS OLHOS NO ESCURO
QUIS ABANDONAR-TE LÁ
TARDE JÁ SE FAZIA
MINHA ALMA NÃO ME PERTENCIA
E A TUA ALMA PERDIDA
SÓ TINHA UMA LUZ NESSA VIDA
QUE VINHA DO MEU OLHAR
ACEITASTES A MNHA MÃO
RETORNAMOS A CAMINHAR
JÁ IAMOS LONGE NA ESTRADA
QUANDO OLHASTES PARA TRÁS
LASTIMANDO A TUA SINA
CONVIDASTE-ME PRA VOLTAR
A TRISTEZA
DESDE ESSE DIA
FEZ MORADA EM MEU OLHAR
DECIDI SEGUIR SOZINHA
E A LUZ QUE ERA TEU GUIA
NUNCA MAIS TORNOU A BRILHAR
FEITO UMA ALMA PENADA
VAGUEIO CEGA PELA ESTRADA
QUE NEM SEI ONDE VAI DAR
QUANDO SOPRA UM VENTO FORTE
TRAZ A LEMBRANÇA DE LÁ
TRAZ O CHEIRO DA TUA PELE
E SEJA EM QUE RUMO EU FOR
OUÇO NELE O TEU SUSSURO
DECLARANDO O TEU AMOR

sábado, 20 de agosto de 2011

QUANDO A CORAGEM NÃO VEM


Esta citação tem tudo a ver com o que eu vou falar:
“... a coragem não é o contrário do medo, mas a vontade de seguir em frente mesmo diante do medo”. (Michael Gelb, p. 133).

http://www.clubedafala.com.br/
Esta semana, precisamente na quarta-feira passada, dia 18 de agosto de 2011, me vi entre o medo de falar em publico e a vontade de fazê-lo. Faltou-me a coragem.

 Por algumas vezes ensaiei mentalmente  no meu canto,  pegar o microfone e me apresentar diante da plateia de pelo menos duas centenas de diretores de escolas da rede publica municipal de Natal, RN; alguns representantes da Secretaria Municipal de Educação e o próprio Secretario de Educação, para expor a aflição que se passava dentro de mim. Não consegui.

 As minhas mãos estavam suadas e o coração acelerado dificultava arrumar as ideias na cabeça. Pensei em escrevê-las. Escrever é sempre bem mais fácil para mim do que falar, mas temi que as minhas mãos tremessem segurando o papel e denunciassem diante de todos o meu medo, ali na frente.

Eu sabia que dificilmente me perdoaria depois por haver perdido a oportunidade e dizia isso a mim mesma, prevendo o sentimento que haveria de amargar depois. Lembro-me de que não foram poucas as vezes que isso aconteceu, não apenas em publico, mas também diante de alguém que merecia ouvir umas verdades das quais eu não tivera a coragem de falar.

É bem verdade que já venci na vida muitos medos como o de dirigir, de entrar sozinha em elevador e o medo para atravessar pela primeira vez uma “passarela” (aquelas de concreto que ficam sob as ruas). As sensações experimentadas, eu lembro, eram quase de pânico, semelhante a de falar em publico, só que, naqueles casos talvez tenha sido menos difícil pelo fato de não me expor para as outras pessoas. Era entre o meu medo e eu somente.

Eu costumo dizer que o maior de todos os mestres é a “necessidade”. Ela não nos permite pensar na segunda hipótese, a de não tentar.  

Quando desistimos de nos obrigar a fazer algo que temos medo é porque, certamente, buscamos conforto em outras possibilidades de alguém fazê-lo por a gente ou de encontrarmos outras estratégias para conviver sem aquilo.

A necessidade que nos obriga a enfrentar os medos está muito além da nossa vontade simplesmente. Todavia, muitas vezes a vontade pode ser tão forte a ponto de transformar o objetivo em uma necessidade intima.

 Essa é também uma estratégia de motivação, descobrir que, apesar de ser capaz de sobreviver sem “aquilo”, a importância do mesmo para você torna-o necessario para enfrentar o medo e alcança-lo.

Essa estratégia de motivação também já me auxiliou algumas vezes a enfrentar o medo de falar em publico. Quem me conhece na intimidade há de pensar que estou mentindo aqui, pois aparentemente não se identifica em mim a característica de timidez.

Considero, porém que falar em publico em casos semelhantes ao que me refiro neste texto, está além da condição de timidez ou espontaneidade, trata-se de um receio da exposição da imagem e do julgamento alheio.

Para se expor ao julgamento dos outros é preciso sentir-se muito segura de si no sentido de estar preparada para não desmoronar caso não seja bem sucedida.

Nesse caso, em particular, tratava-se da necessidade de usar o microfone para sair em defesa própria e de outras gestoras que estão, segundo especulações e também as intenções que transpareceram nas palavras do Secretario, suscetíveis de serem exoneradas injustamente pelo motivo das educadoras das escolas que elas dirigem haver se negado a cumprir, na véspera de um feriado já prescrito no calendário, uma determinação de suspenção do mesmo.

Infelizmente nenhuma de nós teve a coragem de ir lá na frente e dizer as verdades que o Secretario precisava ouvir. Apenas uma educadora, que não está diretamente envolvida no risco da exoneração se manifestou em defesa das gestoras A sua atitude causou um mal estar tremendo, a ponto dela ter sentido a necessidade de voltar ao microfone para diante da autoridade, o Secretario Municipal de Educação se desculpar pelo fato dele haver se sentido ofendido com a suas palavras.(Ver na íntegra no Blog do Forum de Gestores Municipais).

Assim, o que temos? Na falta de coragem, impera o silêncio, a conformação de alguns e as aflições individualizadas.

v  (Fonte da citação: Como Descobrir Sua Genialidade / Michael Gelb; tradução de Geni Hirata – Rio de janeiro: Ediouro, 2003.)

sábado, 13 de agosto de 2011

AMIGO VELHO


Avistei um amigo que a muito eu não via. Demorei um pouco para convencer-me de que era mesmo ele. O rosto que eu guardara na lembrança não tinha aquelas rugas, a pele flácida e o cabelo escasso e grisalho.


É incrível o trabalho de que a natureza faz na gente. Parecia que eu estava diante de uma imagem tratada no photoshop, o meu jovem amigo, envelhecido.

O interessante é lembrar que naqueles tempos jamais passava pela nossa cabeça que nenhum de nós iria envelhecer dessa forma. A juventude tem esse efeito de ilusão. Deve ser por isso que há tanta gente convencida de uma superioridade eterna.

Embora pareça cruel o que a natureza faz retirando de nós todo vigor e beleza da juventude, com isso ela impõe uma condição de humildade e resignação das quais muitos necessitam.  Quem andava de coluna ereta, é forçado a curvar-se.

Ajuizados são aqueles que conseguem prever a velhice e nos dias da sua mocidade cultivam sementes que lhes trarão frutos doces para saborear juntos aos seus.

O risco dos que por ignorância ou soberba mantiveram distante de si pessoas queridas é no futuro amargar a solidão. Mas aos que foram amorosos e protetores, dificilmente faltará quem lhes retribua quando as suas forças se enfraquecerem.

Pensei naquelas pessoas a quem conhecemos depois de velhas. Não é verdade que muitas vezes temos a impressão sempre foram assim? Que a velhice é parte da sua personalidade?

Lembrei-me do meu avô, eu já o conheci velhinho. Nunca conversei com ele sobre coisas da sua mocidade. Jamais se passou na minha cabeça infantil a ideia de que o meu avô um dia também fora um menino.


E quando é de nós que a velhice se aproxima? Isso ás vezes provoca uma confusão entre a imagem da nossa alma e a que está no espelho. Até nos acostumarmos a ser chamado de senhora ou de senhor leva um tempo maior para a gente do que para as pessoas que acabaram de nos conhecer.

Confortam-nos saber que não há distinção para a natureza. Mesmo para os ricos e vaidosos que tentam a todo custo adiar os seus efeitos, chega o dia de render-se a eles. Envelhecer não é uma condição que se submete a nossa vontade e há muito sofrimento para os que não conseguem aceita-la.

É preciso enxergar que, assim como em todas as fases da nossa vida, a velhice traz coisas boas para aqueles que exercitam a sensibilidade para percebê-las, a sabedoria forjada na experiência é uma delas.

Quando se envelhece já não há mais tempo para valorizar as futilidades. O nosso olhar se volta para as coisas que de verdade merecem o nosso apego. 
     
(Ref. Imagens apenas para efeito ilustrativo, retiradas do site http://www.photoshoptotal.com.br/tutorial-de-photoshop/67/como_envelhecer_o_rosto_de_uma_pessoa)                          

sábado, 6 de agosto de 2011

O PAI PRESENTE OU AUSENTE FAZ ALGUMA DIFERENÇA NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS?


Assim como o dia das mães, comemorado no mês de maio, neste mês de agosto, o comércio e as escolas conclamam as famílias para homenagearem os pais.

Pensando em família, uma coisa que me preocupa é a forma como a sociedade e a própria escola, como parte dela, vem apresentando como “natural” os diferentes modelos ou constituições de familiares.

Considerando que é cada vez mais raro o modelo: pai, mãe e filhos, justifica-se o cuidado para não constranger ou para não incutir a ideia de “menor ou maior valor” de determinada família. Entende-se que as diversas formas de famílias são trabalhadas com o objetivo de levar as crianças e jovens a construírem um conceito de que cada família tem o seu valor primordial independente da sua constituição.

Devemos nesses momentos estarmos atentos para que estejamos, de forma não intencional, construindo valores que levam a crer que o pai ser presente ou ausente na família não faz nenhuma diferença. Defendo que a participação da masculina é tão relevante na educação dos filhos quanto à feminina.

Se me perguntarem o que eu penso a respeito de casais homossexuais que adotam crianças, com todo o respeito que tenho pela opção ou pela condição sexual de cada um, respondo que não sou a favor. Acredito que a figura materna e a figura paterna, mesmo que separados um do outro, mas presente na vida da criança compõe um quadro que é realmente o ideal para o desenvolvimento psicológico da criança e do adolescente.

Reporto-me a minha experiência em um relacionamento onde o meu parceiro, para ficar do meu lado, teve que optar por não ser pai em virtude de eu ser esterilizada, para afirmar que, acredito, deveria ser semelhante à opção de quem vive um relacionamento homossexual. Descobrem-se outras formas de se curtir crianças ou de ampará-las.

Concordo que a humanidade evoluiu e os valores são constantemente reconstruídos. Todavia, nada me convence de que não há evidência de sabedoria na natureza ao selecionar nas espécies mais evoluídas dois gêneros distintos, masculino e feminino, que se complementam.

 Acredito em uma educação onde a figura do pai e a figura da mãe devam ter seus valores particulares reconhecidos como imprescindíveis para que as nossas crianças e jovens compreendam a responsabilidade de se formar uma família. Entendendo que, embora nem sempre os relacionamentos durem por toda a vida, quando um casal se une, a tentativa de fazer dar certo deve ser o compromisso dos dois.

É importante também construir a compreensão de que, uma vez gerado um filho, ninguém deveria ter que assumir sozinho o dever de cuidar e de educar o mesmo, buscando compensar a ausência do outro. Exceto em casos como o de falecimento de um dos pais. Nesses casos, mesmo considerando ser insubstituível a figura da mãe ou do pai, acredito ser bom para a criança contar com alguém que represente essa referência (de gênero) perdida para auxiliar no equilíbrio psicológico.

Pesquisando na internet a respeito desse tema que me propus a discutir, destaquei algumas ideias que corroboram com o meu pensamento sobre a importância da figura paterna e exponho aqui a fim de reafirmar a minha posição.

 (*1)Edson de Assis - Psicólogo pós-graduado em terapia de família, com atuação em psicologia clínica e educacional, apresenta a ideia de que as habilidades e visões diferenciadas entre o homem e a mulher “se combinam de maneira maravilhosa para dar às crianças tudo que elas necessitam”, correspondem ao modelo completo para a aprendizagem da criança. Edson afirma de maneira contundente que:
“Para esse fim, precisamos experimentar com medidas a revigorar o casamento, e ativamente desencorajar ilegitimidade, divórcio e abandono de lar. Enquanto a criação de uma família com apenas a mãe é hoje o principal caminho para a pobreza do lar e patologias infantis, os principais caminhos de saída continuam a ser o casamento e a relação de comprometimento.”

(*2) Bruno Rodrigues escrevendo a respeito da ausência paterna expõe a opinião de que "a figura do pai pode ser representada por outras pessoas, mesmo do sexo feminino”, referindo-se a função de impor limites aos filhos,  bem mais peculiar ao homem. Todavia, em seguida ele ressalta:  
“Mesmo assim, proporcione à criança a presença de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contato seja esporádico. O importante é que haja muito envolvimento afetivo, atenção, carinho e amor. O pai ocupa um lugar especial na evolução psicológica dos seus filhos, desde antes do seu nascimento. A mãe dever procurar por alguém que possa representar a figura paterna tão importante na vida da criança.”


(*3)Laine, apresenta em seu Blog uma pesquisa bem elaborada sobre o tema da figura paterna ausente. Dentre vários autores citados por ela conclui seu texto dizendo que:
“Em síntese, a literatura consultada por Eizirik e Bergmann (2004), evidencia as modificações na estrutura da família contemporânea, os efeitos negativos da ausência do pai e as repercussões decorrentes dessa ausência tanto nos aspectos comportamentais quanto nas vivências emocionais relacionadas com o complexo de Édipo, produzindo variadas expressões de conflitos, defesas e sentimentos de culpa nos filhos sem pai.”


Devo dizer, ao final de tudo, que mesmo reafirmando a importância do homem (pai) e da mulher (mãe) na educação dos filhos, ambos só serão uma referência saudável para as crianças e jovens se apresentarem o empenho em servir de bom exemplo para a formação de seus caráteres.

REFERÊNCIAS:

REFERÊNCIAS DA IMAGEM:
http://blogalize.net/dia-dos-pais-2010.html
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