quarta-feira, 22 de maio de 2013

UPA – UNIDADE DE PIOR ATENDIMENTO


“- Não adianta falar nada.”
 
É muito comum ouvir as pessoas dizendo isso. Considerando o fato de que a maioria das coisas dificilmente muda por causa de reclamações, podemos dizer que, de certa forma, têm razão.  

Todavia, mesmo o que não tenhamos a certeza de uma mudança provocada pela nossa reclamação, ainda assim, divulgar, reclamar e denunciar é bem melhor para a nossa consciência do que abaixar a cabeça e aceitar tudo calado. Desse jeito é que, definitivamente, é impossível as coisas mudarem.

Quando as UPAS foram criadas em todo Brasil representavam uma promessa de solucionar os problemas de atendimentos emergenciais na rede publica de saúde. 

O tiro saiu pela culatra. 

Primeiro, vejamos, a própria estrutura dessas Unidades de Saúde, Uma caixas cobertas com telhas de zinco que em nada se ajusta ao nosso clima do Nordeste. Aquilo, por volta do meio dia, esquenta de um jeito que os acompanhantes, proibidos de entrar ( a exceção é para acompanhantes de idosos ou crianças) ficam aguardando naquele forno sufocante sem nenhuma ventilação.

Neste final de semana eu fui a acompanhante. Esperei desde às 13 horas e 30 minutos da tarde até ás 18 horas, ou seja, 4 horas e meia. Esse é o tempo do “Pronto atendimento”.
O casal que eu levei estava passando mal devido, provavelmente, o consumo de uma comida estragada. Ambos estavam tendo crises de vômito e diarreia e, visivelmente, debilitados, sem forças. Nesse estado, passaram duas horas e meia numa sala cheia de pacientes aguardando sentados em cadeiras duras e desconfortáveis. O restante do tempo foi aguardando a vez para tomar a medicação, lá dentro.

Uma coisa interessante para se observar é que de vez em quando chegavam bandidos acompanhados de policiais e passavam na frente de todos. Acho que eles não tinham tempo para esperar. 

Apesar dos funcionários não darem muita informação, observei que apenas um médico atendia e só depois de muito tempo chegou mais um, o que fez melhorar um pouco a situação. Alguém falou que a UPA estava superlotada porque estavam vindo os pacientes do hospital do conjunto Santa Catarina. Provavelmente pela falta de médico lá.

“Paciente”. Acho que o significado desse nome aqui no Brasil é: “Pessoa que merece esperar, mesmo sofrendo, horas e horas por um atendimento de péssima qualidade, sem direito a reclamar”.

 Fontes das imagens:
http://centroderaiosx.blogspot.com.br/2010/06/inauguracao-upa-unidade-de-pronto.html
 http://tribunadonorte.com.br/noticia/justica-mantem-intervencao-na-marca/227534

 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O CASO LUCAS TERRA, BAHIA - UM CRIME APOIADO PELA IGREJA UNIVERSAL



Acabei de assistir ao filme O contador de histórias. Muita gente já deve ter assistido ou ouvido falar, o filme foi lançado em 2009 e conta uma história que se passa na década de 70. Trata-se de uma historia real de um menino que foi deixado pela sua mãe na FEBEM e já adolescente, tornara-se infrator e violento, considerado irrecuperável. Uma professora francesa consegue recuperá-lo com amor e quando adulto ele torna-se um professor, especialista em contar histórias para crianças.

Quando penso que vi o suficiente para ficar chocada com a crueldade, da qual, muitas crianças estão expostas, surpreendo-me no caminho até o meu Blog, para escrever sobre o filme quando a pesquisa do Google me conduz para outro blog apresentado como “semelhante” ao meu. A curiosidade me fez examiná-lo e o que vi lá me deixou muito mais chocada do que qualquer filme seria capaz de deixar.

O Blog intitulado LUCAS TERRA - TRAÍDO PELA OBEDIÊNCIA tem a página cor de sangue e traz a denuncia de um crime bárbaro que aconteceu no ano de 2001 na Bahia e até hoje continua impune. Os criminosos são um bispo e dois pastores da igreja Universal, eles torturam, violentaram e queimaram vivo o garotinho.

A luta dos pais de Lucas por justiça mede forças com uma igreja poderosa capaz de pagar os melhores advogados e garantir até hoje que os criminosos permaneçam livres.

A luta desses pais devem ser a luta de cada um de nós unidos a eles pela cobrança de justiça.  

quarta-feira, 15 de maio de 2013

AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN





Aproveito o desabafo do aluno para denunciar um modelo de educação que predomina na Universidade Federal do Rio Grande do norte e que, definitivamente, caminha na contramão da história. 

Refiro-me a uma didática ultrapassada praticada pelos professores, que se impõe diante dos alunos com o autoritarismo visto na “época da palmatória”. 

Os professores da UFRN, com algumas exceções, óbvio, parecem realmente sentirem-se “ os imexíveis”, como diria o ex-ministro do Governo Collor.

Parece que a avaliação que fizeram para obter o acesso como professores universitários tem um valor de “eternidade”, ou seja, eles podem ser maus professores à vontade. Danem-se os alunos que não podem fazer nada com os senhores e senhoras concursados.

As alegrias que tive quando cada uma das filhas conseguiu entrar para a UFRN foram se esvaziando junto com o desencantamento que elas passaram a ter ao se verem diante de professores que limitam-se apenas em passar cópias e cópias de textos para o aluno ler e depois fazer trabalhos e provas.

Sinto-me como elas, de pés e mãos atados. Quando eram pequenas e, por acaso, se detectava qualquer problema na escola onde estudavam, era fácil de resolver, bastava eu ir lá, conversar com a coordenação e com as professoras para tudo se resolver através do diálogo. E na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como ocorre esse diálogo?

Precisamos ouvir os nossos alunos. No desabafo do aluno que me inspirou a escrever sobre isso, percebemos que os Coordenadores de cursos não podem fazer nada, ou seja, são impotentes diante das suas majestades os “professores federais”. 

Lamento demais estar falando dessa forma de pessoas que deveriam somente merecer a nossa admiração. Alguns deles, felizmente ainda se mantêm assim. Esses são os verdadeiros mestres, os sábios.

Os demais, que se colocam na classe dos orgulhosos e prepotentes, como se ocupassem “a cadeira dos imortais”, nos revoltam e são os motivadores de tanta desânimo dos jovens para concluírem um sonho que acabou tornando-se um pesadelo.

Esse modelo de Universidade deve ser urgentemente revista.

Ao mesmo tempo que leio a publicação acima no facebook, ouço vindo da tv a notícia de que de agora em diante só poderão ser efetivados como professores universitários os que tiverem diplomas de doutorados.

Espero que isso signifique alguma boa mudança, embora invista muito pouco crédito nessa esperança pois alguns “mestres” também  são “mestres” em demonstrar na teoria o quanto são bons e quando chegam na prática não correspondem ao que teorizaram profissionalmente a respeito de si.

O que deveria se garantir sobre, não apenas os professores universitários, mas todos os funcionários públicos concursados era a avaliação constante de seus trabalhos e, se comprovada a sua ineficácia, como qualquer empresa, fossem demitidos.


domingo, 12 de maio de 2013

UM TÍPICO DIA DAS MÃES



Se fosse perfeito não seria o dia das mães, tinha que ter filhas discutindo, tinha que haver stress por causa de roupa, de maquiagem, de restaurante... 
De repente tudo isso me pareceu deliciosamente próprio do meu dia.  Ainda teve todo o stress restante por causa da família, tendo que dar duas viagens para buscar o restante do pessoal, equívoco com relação ao local combinado para o almoço e, quando enfim sentamos reunidos para almoçar, já eram mais de duas horas da tarde. 
Estávamos felizes, com tudo e apesar de tudo. 
Estávamos juntos, com saúde e, principalmente com a presença da matriarca, ali, firme e forte, com saúde e muita ternura par distribuir com todos nós. 
O que mais eu poderia desejar de uma dia das mães? 
...Ah, já ia esquecendo, é claro que teve também os presentes. Neste ano, acharam por bem vestir a mãe, escolheram blusas e um sapato “bem fashion”, segundo elas. 
Sou uma mãe feliz neste e em todos os dias.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

UMA PONTE PARA A EDUCAÇÃO

Quem conhece a cidade de Natal no RN fica realmente deslumbrado com tanta beleza natural. É de verdade igualzinho aquilo que passa na novela das seis, inclusive a bela ponte que liga a praia do Forte, na zona Leste, à praia da Redinha, na zona Norte. Distante dessa ponte, no sentido real e figurado, está a outra ponte que liga a zona Oeste de natal, também com a zona Norte. Por esta não passam os turistas, tampouco é exibida na tv, nela se espremem somente os trabalhadores que gastam horas e horas em engarrafamentos infindáveis.   

Enquanto àquela, feita para os turistas une as duas partes de Natal, a outra, de certa forma, separa. Sei que digo algo realmente contraditório para quem se refere a uma ponte, simbolo de união. Todavia, o difícil acesso à zona Norte, sobre a tal ponte imprime uma tendência à forçar as pessoas a permanecerem cada qual do seu lado, ou seja, quem é da zona Norte permanece do lado de lá e quem mora nas outras zonas de Natal evita ter que atravessar a ponte.

Esta situação está a cada dia tornando-se mais insustentável. Uma das principais áreas afetadas por essa dificuldade de acessibilidade para a zona Norte é a educação. Isto porque é muito difícil encontrar professores que queiram trabalhar lá. O resultado disso é a extraordinária falta de professores nas escolas da Zona Norte. Uma amiga, diretora de escola desabafou que o caso é tão grave que os alunos estão sendo dispensados logo após o recreio porque não existem professores para cumprir a carga curricular. 

Mesmo sabendo que a falta de professores é um problema hoje que atinge a todo o estado do Rio Grande do Norte, em termos da capital do estado, a zona Norte é sem dúvida a campeã da falta de professores e não há outra explicação nesse caso para o fato de que os professores só aceitarem ir trabalhar lá se realmente se virem obrigados a isso. O que, nesse caso, pode-se bem imaginar a desmotivação com que vai esse profissional para o seu trabalho.

Esta semana, indo visitar algumas escolas nessa zona, observei em algumas ruas o exacerbado crescimento do comércio por lá. Grandes lojas e Shoppings foram construídos e é quase desnecessário o morador se deslocar para outras zonas da cidade. Pensei comigo mesmo: - Isso que ocorre entre a zona Norte e o restante de Natal não é um tipo de segregação? Existiria algum tipo de vontade política por parte dos nossos representantes de que os moradores da zona Norte não "sobrecarregassem" os bairros centrais da nossa cidade? 

O que tem de certo nisso tudo é que até agora não houve um político, um governante que se empenhasse em resolver a dificuldade da acessibilidade à zona Norte de Natal. Esperemos que com a convocação prevista dos novos professores do estados, muitos deles sejam designados para trabalhar nas escolas da zona Norte e que isso não se torne motivo para deixarem de ser o bom profissional que tanto estudaram para tornar-se. Os atrasos nos seus pagamentos já dão motivos de sobra para isso.
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