domingo, 8 de dezembro de 2013

A GENTE É NA VIDA VIRTUAL O QUE É NA VIDA REAL

Uma amiga justificava o motivo pelo qual ela rejeitava a ideia de ter uma página no Face book. O seu argumento, naquela hora, me pareceu preconceituoso. Ela alegava que se tratava de um espaço meramente artificial, de pessoas que fingiam uma felicidade e se expunham o tempo inteiro com fotos e narrações pessoais.

 Contra-argumentei dizendo que o Face book é apenas uma ferramenta, cada um faz uso dela como bem entende. Falei que ela precisa conhecer as outras possibilidades que essa ferramenta oferece;  que pessoas inteligentes também a utilizam para se encontrar para se comunicar umas com as outras; para lançar ideias significantes; divulgar eventos importantes; reencontrar pessoas distantes e também fazer amizade com pessoas que fora do mundo virtual seria praticamente impossível dada a distância física e até  barreiras sociais.

Embora eu realmente mantenha esse discurso porque acredito nele, devido a nossa conversa, comecei a prestar mais atenção no Face book e conclui que os  exemplos que ilustram os seus argumentos aparecem com mais frequência e intensidade do que os exemplos que ilustram o meu.

Comecei a me incomodar com tanta futilidade e discurso vazio que se apresenta na rede social e olhe que não estou me referindo a jovens e pessoas de pouca cultura que, por sua própria condição, se justifica tal comportamento.

Incomoda-me, de verdade, assistir algumas pessoas “esclarecidas” expondo no Face book declarações como: “Eu te amo meu marido e agradeço a Deus por esse homem maravilhoso que tenho ao meu lado”, ou, “Parabéns Filho, pelo seu esforço.” Pergunto: A quem realmente interessa essas declarações? Fica claro para mim, nesses casos, a necessidade de um exibicionismo  que leva à vulgarização  relações  preciosas e intimas.

E, aquelas pessoas que postam coisas como: “Olha o que eu vou comer hoje no jantar!”; “Olha o meu look para ir ao Shopping” ou “Olha o que aconteceu com a minha unha.”?

Gente, eu nem consigo decifrar direito tais comportamentos. Trata-se de carência de socialização? Ou segue somente a linha do exibicionismo vulgar?

Algumas vezes também me exibi no Face book, pousando para fotos; compartilhando imagens de lugares que visitei e achei bonitos; imagens com amigos em eventos e coisas desse tipo. Está relacionado a minha autoestima? Sim. Acho que o Face book é mesmo um espaço também para isso.

O que estou tentando refletir é sobre o limite do exibicionismo, sobre o bom senso na exposição social de sim mesma. Falo do Cuidado que devemos ter para não nos jogarmos como pessoas carentes, nos mostrando o tempo inteiro à espera de elogios. Penso que devemos evitar também postar coisas sérias e sentimentos que precisam ser ditos particularmente às pessoas que amamos e as que realmente interessam ouvir.

De resto, o Face book é um grande espaço de mídia democrática e de diversão. Vamos aproveitar!


Não se iludam, cada um é na vida virtual do mesmo jeitinho que é na vida real. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

"A EDUCAÇÃO COMEÇA NO VENTRE" ?

Agora a pouco, dirigindo de volta para casa, passei na frente de uma dessas escolinhas privadas de bairros e me chamou a atenção uma frase na sua fachada: “A EDUCAÇÃO COMEÇA NO VENTRE DA MÃE.”.

 Continuei o caminho indagando sobre isso. O que será que os educadores daquela escola queriam dizer com esse slogan? Que motivação, que embasamento teriam para professar isso? Que relação a escola estabelecia entre a educação escolar e a educação no ventre?

Primeiramente, é preciso refletir sobre o que podemos considerar como “educação no ventre”, sabendo que educar é uma ação direcionada com um objetivo de adquirir ou aprimorar um conhecimento. No curso de Pedagogia aprendemos a partir de pesquisas como as realizadas por Piaget que as crianças aprendem desde o seu nascimento interagindo com o meio e com as pessoas. Quanto à aprendizagem dentro do ventre, sabemos que há fortes indícios de que o bebê percebe estímulos do ambiente de que ele reage de alguma forma aos estímulos que o tranquiliza e aos estímulos que o excita ou o estressa.

Passei novamente a indagar: Estaria mesmo aquela escola se referindo a essas conclusões? Nesse caso, se afirmativo, que intervenção a escola promoveria para orientar as famílias a respeito?

Conclui que o mais provável é que se trata meramente de uma afirmação, de um slogan, sem maiores intenções em se envolver com alguma proposta.

Depois passei a Pensar na possibilidade de se promover a educação do bebê dentro do ventre. Sabemos que existem bastantes orientações na medicina de como cuidar para garantir a saúde do bebê desde o ventre, incluindo vacinas, vitaminas, alimentação saudável, exercícios físicos para a mãe e até sobre o controle do stress. Mas, e pedagogicamente, que estratégias poderiam ser criadas para educar um bebê no ventre da mãe? E ainda, concebendo que educar tem relação com aprendizagem, questiono: O que um bebê precisa “aprender” dentro do ventre?


Começo a crer que aquela escola, talvez sem querer, levantou uma proposta bem avançada de ensino. Uma coisa para se pensar, mesmo. Provavelmente alguém já tenha mesmo pensado nisso e talvez tenha alguma pessoa pondo em prática estratégias pedagógicas direcionadas para ensinar um bebê no ventre da mãe. 
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