quinta-feira, 29 de abril de 2010

POESIA: Às cegas

Utimamente

não tenho enxergado as cores da vida

só o cinza

E, de vez em quando, o preto

Tenho saudades do branco

da fé

e da ilusão.

Cética

tateio pela escuridão da realidade

como quem busca uma saída

sem descobrir pistas da direção da luz

Oh sábia ignorância,

por que me abandonastes?

Felizes os conformados

Enxergam as cores

Nas frestas dos dogmas

segunda-feira, 19 de abril de 2010

POESIA: Máquina sem rima




Há tempos não escrevo aqui
é que ando meio perdida de mim
vivendo da labuta
repondo o que se acaba
remendando o que se quebra
limpando o que se suja
Os dias têm sido iguais
Nunca mais reparei no céu
Meus olhos estão no relógio
O tempo é meu comando
Voltarei aqui novamente
quando me fizer humana de novo
antes que a máquina dê pane
Espero que seja breve

sexta-feira, 2 de abril de 2010

VIOLÊNCIA, ATÉ ONDE IREMOS?




Me pergunto até quando o homem haverá de usar de violência para alcançar o que deseja.
Me pergunto aliás, tantas coisas que por mais que eu viva nunca compreenderei.
De onde viemos para onde iremos, esse enigma se torna ínfimo quando questionamos até onde vai a capacidade de violência, de egoísmo do ser humano e o porque de ser assim.
Parece que todos nós nascemos imbuídos de uma certeza de sermos particularmente mais especial do que os outros. Crescemos com a crença de que não merecemos ser contrariados, decepcionados ou surpreendidos com algo que fuja ao nosso desejo ou a programação que estabelecemos.
Afinal de contas, quem o homem pensa que é, nesse planetinha que é um grãozinho de areia perdido na amplidão de um Universo que funciona independe de sua existência?
A cada dia tenho mais certeza se ser o egoísmo a raiz de todo o mal que há na humanidade.
Imaginemos uma cena que é totalmente possível de acontecer: Uns bandidos se reúnem antes do assalto e diante da insegurança de um deles questiona, - Tu não tem fé em Deus não é?
Outra cena: Um rapaz chega na porta de uma casa e oferece uma TV por apenas cem reais, esta que no comércio não sai por menos de mil reais. O dono da casa pensa - Com certeza se eu não comprar ele venderá a outro.
Não me pergunto mais para onde iremos, mas até onde iremos.
Hoje contemplo as beleza do mundo através das grades do meu portão, fechado à cadeado ou através do vidro do carro. Não posso confiar nas pessoas e passo o desconforto de também confiarem em mim.
Temo constituir uma geração para deixar aqui nesse planeta.
O problema é que o homem, animal racional, muitas vezes está distante de sê-lo.
Quanto mais próximo da violência mais distante está o homem da sua condição humana e mais próximo da condição animal. Com um agravante, os animais não sabem o que faz


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