quarta-feira, 30 de junho de 2010

POESIA: Outros motivos



Por tanto tempo

A minha vida foi você

Parecia eternamente

Hoje ela já não mais consegue

Ser minha vida somente

Todas as músicas

São suas

O cheiros

Lembram você

Quando caminho nas ruas

Em meio a mutidão

Há um vazio profundo

Uma ausência de razão

Paro

Reflito, então

Se você já não está

É porque hoje inexiste

Não é vida no presente

É passado

É ilusão

Tenho que me refazer

Enxergar outros motivos

Pra continuar a viver

Convencer a minha vida

Que ela não é você

domingo, 27 de junho de 2010

EMO É UM JOVEM QUE PRECISA DE ORIENTAÇÃO

Meninas emo se beijando

Já escrevi aqui, em novembro de 2009, um texto sobre os EMOS.

De lá pra cá, acreditei que pouco a pouco esse estilo já havia se modificado, que vinha se acabando como uma moda qualquer.

Triste engano. Esta semana, duas situações me acordaram novamente para este problema. A primeira, assisti na TV, no depoimento de uma mãe, cujo filho de quatorze anos, supostamente EMO, foi brutalmente assassinado por três jovens que se intitulam SKINHEADS . A mãe dizia, desesperada: - Não importa se meu filho era homossexual ou não, ele era ainda muito jovem para entender isso.

A outra situação assisti pessoalmente quando fui a um evento, um show de bandas nesse estilo de rock moderno com letras românticas. Pelo visual do público compreendi de imediato que se tratava de uma festa EMO. O que me chamou atenção foi o comportamento da maioria dos jovens. Meninas se beijando na boca, meninos de mãos dadas, trocando carinhos e sentados nos colos uns dos outros.

Não se trata de um julgamento puritano, mas de uma preocupação. Como mãe, não consigo impedir de me colocar no lugar dos pais daqueles garotos e garotas. Questiono-me: - Será que esses pais sabem o que seus fihos andam fazendo? Será que buscam compreeder o que está acontecendo?

A minha intuição responde firmemente que – NÃO! Penso que de alguma forma, todos esses pais são omissos ou mal informados. Os jovens são “expert” em argumentos para nos convencer da “normalidade” das coisas que não fazem parte da nossa “época”.

É preciso que se compreenda que ser EMO não é simplesmente um estilo musical ou de se vestir. Trata-se, antes de tudo, de um modo como os jovens buscam, entre si, resolver seus conflitos emocionais.

Para ilustrar tal situação, imaginemos duas pessoas que nunca receberam nenhum tipo de orientação para fazer um bolo e se juntam agora para fazê-lo.

Semelhante é a união desses jovens que buscam se ajudar mutuamente com relação aos seus sentimentos. Falta a eles a orientação de alguém experiente que os ouçam, os aconselhem e, acima de tudo, os façam sentirem-se amados, importantes. É preciso apresentar-lhes os ingredientes e algumas receitas de vida para que les façam as suas escolhas ou criem novas receitas baseando-se numa aula constante de amor sólido e edificante.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

DROGAS – O AMOR É O REMÉDIO, A PREVENÇÃO E O TRATAMENTO.


Refletindo sobre os efeitos das drogas na vida das pessoas, penso em quantas delas já experimentaram e não tornaram-se dependentes. Concluo que, para se gerar uma depedência haverá uma necessidade de existir uma combinação particular entre a ação da droga e a expectativa de quem a utiliza. A raiz do mal não está na droga em si, mas na alma de quem fez uso dela. Em algum ponto da sua vida, acredito, essa pessoa perdeu a referência sobre os verdadeiros valores.

Sendo a droga um instrumento de fuga, bebe-se e droga-se para se distrair, “para curtir um barato”, porque, do contrário, nos sentimos incapaz de nos desligar da realidade, de relaxar diante de um lazer ou de momentos em que necessitamos retirar dos ombros o peso das cobranças e das auto-cobranças para nos sentirmos livres, leves e soltos.

Os que se perdem nas drogas, na verdade, antes disso, perderam-se de si mesmos. O maior risco para ocorrer isso é sempre na adolescência, quando tudo geralmente torna-se mais confuso e conflitante, provocado principalmente pelas próprias reações orgânicas do indivíduo nesta fase.

É preciso desde cedo, canalizar valores e orientar os caminhos. Não apenas com palavras, mas, principalmente, com exemplos, com presença. Não se trata de responsabilizar ou de culpar pai e mãe por tudo o que acontece na vida dos filhos. Sabemos que cada ser colocado sob o nosso encargo de cuidar e educar tem a sua alma própria com seus mistérios e caminhos particulares, que as vêzes fogem à nossa compreensão. Mas temos que buscar sabedoria sempre e tentar fazer o melhor. Sem a necessidade de sermos “super”. Se formos próximos e sinceros com os nossos filhos, eles saberão relevar os nossos erros, nossos equívocos e as nossas fraquezas. Se cada mãe e pai cumprir verdadeiramente o seu papel as drogas terão menos espaço na vida dos seus filhos.

Ivana Lucena

domingo, 20 de junho de 2010

ALERTA GERAL, MINUTOS ANTES DO JOGO.

Os relógios anunciam que o tempo está se esgotando. Todo mundo já foi avisado através dos principais meios de comunicação. Há um corre-corre louco nesses últimos instantes. As filas de carros de pessoas desesperadas para chegarem às suas casas crescem nas principais avenidas e ruas. O tempo parece muito curto para tomar as últimas providências, pessoas se espremem nos supermercados tentando recolher apressadas toda a provisão que podem levar para dentro dos locais seguros que escolheu para ficar juntamente com a sua família e com aqueles que consideram importantes. Fecham-se as lojas, os bancos, cartórios, cemiterios, igrejas... aos poucos as ruas vão ficando desertas. Só os desorientados se atrevem a sair agora.
O silêncio é geral, até o momento em que ocorre o primeiro gol. Então, toda a cidade, o estado, o país explode finalmente, em um só grito, uma só vibração. Viva o Brasil! Salve a Seleção! Temos um só coração agora, somos todos irmãos. Nem o espírito de Natal é capaz de tal milagre. O bom seria que o sentimento não fosse passageiro, que a copa do mundo se renovasse a cada dia dentro de nós e nos permitisse vibrar juntos à todas as conquistas alcançadas por qualquer irmão brasileiro ou do mundo inteiro, porque vivemos realmente ligados uns aos outros numa grande e maravilhosa bola que viaja solta na imensidão de um campo desconhecido.

sábado, 19 de junho de 2010

QUANDO O HOMEM VIRA FERA.


Com certeza eu sempre escrevo aqui o que penso ou acredito ser verdadeiro, mas nem sempre isso quer dizer que sou o que escrevo.

As vezes acho que antes de escrever para as pessoas estou escrevendo para mim mesma, para me convencer do que acho ser certo ou errado.

Essa semana, enquanto dirigia, meu carro foi cortado pela direita por outro que teimava em tentar penetrar a todo custo numa via que se estreitava até o ponto de só caber um carro. Resultado, acabei batendo o meu retrovisor no dele. Nada demais, não fosse o fato do outro motorista se exaltar tão inexplicavelmente, gritando e chamando muitos palavrões comigo.

Nesse instante, lembrei-me das palavras que eu mesma havia escrito: “Se alguém nos xinga, busquemos ser o exemplo da paciência e da educação.” Olhei para aquele homem alucinado, que parecia mais uma fera do que um ser humano, e falei camalmente, de dentro do meu carro:

- Fique calmo moço. Não aconteceu nada demais.

Nesse instante percebi que o carona ao seu lado parecia se esconder envergonhado com a atitude do rapaz. Ele próprio também demonstrou que se percebeu no papel infeliz que estava interpretando, colocou seu retrovisor de volta a posição correta, subiu o vidro todo do carro e se afastou de mim rapidamente.

Passado o susto, eu ainda chorei no volante, lembrando a ira que eu havia enxergado naquele olhar e pensava: - Quantas pessoas morrem e matam por tão pouco. - Simplesmente porque não aprenderam a se controlar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

SER MELHOR


Porque as pessoas nos decepcionam?

Porque elas são quem são.

Nós é que criamos espectativas e atribuimos à elas a obrigação de atendê-las.

Compreender os limites de cada um é um exercício difícil.

Não somos obrigados a aceitar os erros alheios, principalmente se nos magoam, mas temos que entender que cada um só pode oferecer o que tem.

A nossa contribuição para quem ainda não encontrou um nível de sabedoria que o eleva para além do seu egoísmo é ser o exemplo.

Se alguém nos xinga, busquemos ser o exemplo da paciência e da educação.

Se alguém nos despreza, busquemos ser o exemplo do carinho e da compreensão.

Se alguém nos deseja o mal, busquemos ser o exemplo do bem e do perdão.

Niguém disse que seria fácil.

Esse é o desafio.

Haverá momentos em que não conseguiremos alcançar o auto-controle.

Devemos nos perdoar por isso e continuar tentando.

Ser cada dia uma pessoa melhor e contribuir para que os que convivem conosco também consigam ser, essa deve ser a razão da nossa existência.

Perdoar sempre.

Compreender todas as vèzes.

Fazer, sem esperar o reconhecimento.

Basta a satisfação da certeza de ter feito o que deveria naquele momento.

sábado, 5 de junho de 2010

POBREZA


A pobreza tem um triste poder.

Além de ser um problema econômico e social torna-se, para muitos, um estado de espírito.

A pobreza gera a ignorância.

A ignorância transforma a alma de homens em instintos de animais.

Destroe a pele, o corpo, o sorriso, os sonhos.

A vida fica curta.

Não há horizontes, só os limites onde a vista alcança, determinado por paredes, grades, tábuas e muros.

Quando não há esses limites materiais, é ainda pior, vive-se estrangeiro, em um vasto mundo que se bloqueia nos limites internos de cada um.

O sofrimento que a pobreza imprime constroe seres alienados, seres inertes, seres indomados, que se auto-destroem ou destroem aos outros.

A quem interessa a pobreza alheia?

Certamente a nenhum sábio, mas a uns poucos que se julgam espertos, que detêm riquezas as quais nem conseguem usufruir.

Vendo esses homens, podemos concluir que a riqueza, tal qual a pobreza, é capaz de nos destruir, de transformar a alma em instinto, de igualhar a vantagem dos que tiveram tantos conhecimentos adquiridos a ignorância dos que nunca conseguiram tê-los.

Pobreza humana é o que temos, simplesmente, quando nos encontramos em qualquer um dos dois extremos.

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