domingo, 17 de janeiro de 2010

POESIA - Cicatrizes


Presa a ti
a sentimentos não resolvidos
a sonhos não assumidos
a tantos erros cometidos
a um passado de ilusão

Presa em mim
às cicatrizes marcantes
a uma dúvida constante
a uma vida sufocante
a um presente de solidão

Presa ao nada
a um futuro inserto
a paz do meu deserto
a um coração liberto
em busca de outra paixão



sábado, 16 de janeiro de 2010

REFLEXÃO


Acredito que de todas as tragédias e violências que se tem conta desse final de ano para inicio de 2010 a do Haiti traz um resumo geral. Miséria; ignorância; descaso político e, ainda por cima, esse desastre da natureza.
De todos os mistérios que envolve a nossa existencia um desses é o que determina um ser humano nascer em um lugar como aquele, muitas vezes sem um mínimo de oportunidade para sobreviver, que dirá para adquirir uma evolução espritual.
É comum, para a maioria das religiões, tratar essa reflexão como dogma. Mas isso não impede que pensemos a respeito. Alguma resposta inteligente deve haver nessas escolhas. Julgar que isso se dê por acaso é substimar a suprema justiça e inteligência do criador.
Já pensou o que pode fazer de você um merecedor de ter um lar, um amparo, uma família, um lugar para morar, enquanto tantos nasceram, talvez no mesmo dia e hora em que você vinha ao mundo, para ter um destino totalmente diferente?
Sabemos que diante de Deus ninguém é melhor que o outro. Já refletiu então porque "ele" e não você nasceu preto, pobre, discriminado e sem chances?
(Ivana Lucena)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

OBEDIÊNCIA POR MEDO OU POR RESPEITO?


Os frutos da educação serão esclarecedores de qual foi a estratégia utilizada para se conseguir a obediência.

Enquanto estiver numa posição de inferioridade é possível obedecer por medo ou por respeito. Se ocorrer uma inversão nos papéis, ou seja, quem está na posição de inferior ocupar a superioridade, sua atitude em relação a outra parte apresentará de imediato a diferença.

É comum acontecer com os filhos. Quando pequenos, se obedecem por medo, ao crescer frequentemente se impõe e desrespeitam aqueles que de superiores passaram a posição de inferiores devido à fragilidade da idade avançada.

O contrário se dá com os filhos que crescem obedecendo por respeito e por admiração. Na fragilidade dos seus pais tornam-se gratos e ampararadores.

BEM VINDO TURISTA!


Na minha família temos todos os olhos claros e por esse motivo somos freqüentemente confundidos como turistas ao chegamos às praias como a de Ponta Negra.
A confusão logo se dissipa quando abrimos a boca, não somente pelo sotaque logo identificado, mas pelo questionamento a respeito dos preços cobrados por qualquer mercadoria ou atendimento oferecido à beira mar. Uma exploração! É o que consideramos.
No mesmo instante todo o bom atendimento se desfaz e nos recolhemos a “insignificância” de conterrâneos, uma categoria que não é bem vinda. Desmerecedores de estar ali para usufruir de uma dádiva da natureza, como se eles, os comerciantes, fossem os proprietários da praia.
Se não toparmos nos sujeitar a exploração resta-nos a alternativa de levarmos nossa própria barraca com cadeiras e isopor. Isso na maioria das vezes torna-se também um transtorno. Primeiro porque não há espaços deixados pelas barracas para nos instalarmos e, segundo, porque ninguém se sente confortável fazendo o papel de “farofeiro” na praia.
Assim, a decisão, também desconfortável, é fugir dali e deixar a nossa praia para os turistas ou, quando quisermos nos arriscar, juntarmos um dinheirinho e ficar de boca fechada para sermos confundidos como tal e, assim, garantir um bom tratamento.


A CULTURA DA VIOLÊNCIA


Para quem conseguiu passar as festas de Natal e fim de ano em confraternização com amigos e familiares, em reflexão e agradecimento pela saúde e pela paz , restou também o sentimento profundo de alívio Por ter sobrevido até a virada do ano, apesar da violência que assola toda a nossa sociedade. Alguns não conseguiram.

Muitas vezes me questionei a respeito daqueles países do Oriente Médio que convivem por anos e anos com o que já se tornou uma cultura de violência. Será que toda a população já se acostumou com isso?

Transfiro o questionamento para nós brasileiros. Será que já nos acostumamos com a cultura de violência que se instala cada vez mais no nosso país?

O que temos em comum com o Oriente Médio nessa cultura de violência?

Encontramos pontos cruciais que podem explicar esse fenômeno nas informações de Abbaas Amant, historiador do Oriente Médio que destaca os principais problemas sociais de lá, “... uma distribuição de riqueza assimétrica, altas taxas de desemprego, corrupção desenfreada, burocracias ineficientes e problemas ambientais e de saúde.”

Descobriu semelhanças?

O que estamos fazendo? Vivemos numa democracia, somos governados e temos as nossas leis formuladas e aplicadas por aqueles a quem escolhemos. Mesmo assim, a violência em nosso país está fora do controle.

Em todas as campanhas eleitorais esses problemas sociais e políticos servem de bandeiras para eleger aqueles que depois descambam por uma conduta que foge totalmente dos discursos e das promessas feitas.

A impossibilidade de solucionar todos esses problemas tem um motivo que se resume em uma palavra: IMPUNIDADE.

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